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A obra de Guerra Junqueiro
Certo dia, Guerra Junqueiro confessou ao seu amigo e biógrafo, Luís de Oliveira Guimarães: “Os políticos consideram-me um poeta; os poetas um político; os católicos julgam-me um ímpio; os ateus um crente”·. Mais tarde, Helena da Rocha Pereira diria: “Entre os grandes poetas que brilharam na segunda metade do século XIX, nenhum provocou mais desencontradas críticas à volta da sua obra do que Guerra Junqueiro”.
Partindo do mote atrás
apresentado, podemos concluir que não há na literatura portuguesa um autor mais
estranho, mais contraditório e discutido, mais odiado e idolatrado que este.
A crítica, porém, raras vezes tem
sido justa e imparcial: obedecendo, geralmente, a uma ideia preconcebida, uns,
os detractores, criticam-no; outros, os panegiristas, elevam-no, considerando-o
um iluminado, um santo, chegando mesmo a consagrar-lhe ditirambos.
Guerra Junqueiro não deve ser
analisado parcelarmente, nem estudado por blocos estanques. A sua obra deve ser
vista na globalidade, entendendo-se esta pela poesia, a prosa, incluindo as
próprias conversas particulares com os seus amigos. Só desta forma se poderá
compreender o Autor e avaliar o excesso das críticas antagónicas.
O autor escolheu sobretudo o modo
lírico para se manifestar literariamente, sobretudo através da poesia que ganha
contornos sociais, religiosos e satíricos de grande densidade dramática.
É nesse contexto que se entendem
as palavras de Amorim de Carvalho, quando enfatiza a diversidade permitida pela
poesia: "A poesia é, na verdade, pensamento; e tão multiforme como o pensamento,
isto é, como a vida do homem, traduzindo-lhe os gestos, as paixões e as
atitudes mentais”.
Nenhum escritor pode ser estudado
fora de certas condições morais, sociais e estéticas do seu tempo, resultando
deste facto uma feição comum que podem ter as obras de determinadas épocas.
Guerra Junqueiro não é caso
excepcional e também ele bebeu do contexto histórico, social e literário da sua
época. No entanto, destacou-se por ser mentor de uma escrita autónoma, o que
faz dele um grande autor. Amorim de Carvalho diz a este respeito:
O modo como os escritores se comportam sob essas influências ambientes,
em que há superioridades e mediocridades é que distingue uma obra superior de
outra medíocre. [...]
Só os artistas superiores são capazes de apreender esteticamente o que
de mais vivo, íntimo, humano, duradoiro, se contenha no meio em que vivem,
sentem, pensam e criam.
Os artistas superiores não fogem, pois, à influência que seja a
captação da Vida e do Humano, no que estas palavras significam de fonte eterna
de emoção, de verdadeira mensagem a ligar, no mesmo anseio espiritual, as
idades que foram e aquelas que hão-de ser."
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Fonte:
Carla Alexandra Ferreira do Espírito Santo Guerreiro: "A Mundividência Infantil na Obra de Guerra Junqueiro". (Tese de Mestrado em Ensino da Língua e da Literatura Portuguesas). Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.2002.
Fonte:
Carla Alexandra Ferreira do Espírito Santo Guerreiro: "A Mundividência Infantil na Obra de Guerra Junqueiro". (Tese de Mestrado em Ensino da Língua e da Literatura Portuguesas). Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.2002.
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