01/01/2015

Poesia Completa de Laurindo Rabelo

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Considerações sobre a obra de Laurindo Rabelo

Laurindo José da Silva Rabelo nasceu no Rio de Janeiro - RJ, em 08 de julho de 1826, e faleceu na mesma cidade, em 28 de setembro de 1864. De origem humilde, filho de mestiço em cujas veias corria também sangue cigano, foi dos mais populares poetas brasileiros do seu tempo. Sua vida, acidentada e difícil, muito contribuiu para a autenticidade de sentimentos que se observa em sua obra poética, que até nos chegou desigual e reduzida. Iniciando-se na carreira eclesiástica, tendo mesmo obtido certa fama de pregador, abandonou a em virtude da campanha que lhe teriam movido intrigantes e invejosos do seu talento e da sua inteligência; matriculou-se, então, na Escola Militar, que logo deixou em conseqüência das epigramas satíricas que, entre outros, compôs contra o filho do diretor da Escola. Órfão e sem recursos, foi graças ao generoso auxílio de amigos que se inscreveu na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, aí apenas cursou dois anos, por falta de meios para continuar os estudos; foi completá-los, sob proteção de ilustre mecenas, na Faculdade da Bahia, cidade em que confirmou e aumentou a sua reputação de poeta e improvisador e na qual conviveu com Moniz Barreto, Junqueira Freire e outros escritores da época. Diplomado voltou ao Rio para defender tese de doutoramento, tornou-se médico do Exército, casou-se (1860) e foi nomeado professor de gramática portuguesa, historia e geografia da escola preparatória anexa à escola Militar, cargo que ocupou até a morte em 1864.

Caracterizou-o, desde os anos de estudante, a maneira espontânea e desengonçada de viver. Por sua compleição física bizarra, a imaginação popular deu-lhe o apelido de "o poeta lagartixa". Viveu na boêmia, e aquele ambiente o estimulava literariamente. Como poeta satírico, era justamente temido e respeitado; teve amigos e, também, inimigos acérrimos, por causa dessa feição do seu talento, chegando a ser perseguido. Como repentista e improvisador, era popular e bem recebido em todos os salões. Fechavam os olhos à sua indumentária desleixada, só para ouvir o poeta e ver as cintilações daquele espírito. Em muitas das suas composições vibra também a nota de melancolia. Foi cognominado "o Bocage brasileiro". Pertencia ao período romântico.

Obras: Trovas (1853); Tese apresentada e sustentada perante a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1856); Poesias do Dr. Laurindo da Silva Rabelo. Por Eduardo de Sá Pereira de Castro (1867); Compêndio de gramática da língua portuguesa, adotado pelo Governo Imperial para o uso das escolas regimentais (1867; reed. em 1872); Obras completas (poesia, prosa e gramática), org., intr. e notas por Osvaldo Melo Braga (1946).


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Fonte:
Danglei de Castro Pereira (UEMS/UUNA) e Devanir Batista da Silva (PIBIC/UEMS- UUC): “A sátira na poesia de Laurindo Rabelo”. Disponível em: periodicos.uems.br

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