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Considerações sobre a obra de Laurindo Rabelo
Laurindo José da Silva Rabelo nasceu
no Rio de Janeiro - RJ, em 08 de julho de 1826, e faleceu na mesma cidade, em
28 de setembro de 1864. De origem humilde, filho de mestiço em cujas veias
corria também sangue cigano, foi dos mais populares poetas brasileiros do seu
tempo. Sua vida, acidentada e difícil, muito contribuiu para a autenticidade de
sentimentos que se observa em sua obra poética, que até nos chegou desigual e
reduzida. Iniciando-se na carreira eclesiástica, tendo mesmo obtido certa fama
de pregador, abandonou a em virtude da campanha que lhe teriam movido
intrigantes e invejosos do seu talento e da sua inteligência; matriculou-se,
então, na Escola Militar, que logo deixou em conseqüência das epigramas
satíricas que, entre outros, compôs contra o filho do diretor da Escola. Órfão
e sem recursos, foi graças ao generoso auxílio de amigos que se inscreveu na
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, aí apenas cursou dois anos, por falta
de meios para continuar os estudos; foi completá-los, sob proteção de ilustre
mecenas, na Faculdade da Bahia, cidade em que confirmou e aumentou a sua
reputação de poeta e improvisador e na qual conviveu com Moniz Barreto,
Junqueira Freire e outros escritores da época. Diplomado voltou ao Rio para defender
tese de doutoramento, tornou-se médico do Exército, casou-se (1860) e foi
nomeado professor de gramática portuguesa, historia e geografia da escola
preparatória anexa à escola Militar, cargo que ocupou até a morte em 1864.
Caracterizou-o, desde os anos de
estudante, a maneira espontânea e desengonçada de viver. Por sua compleição
física bizarra, a imaginação popular deu-lhe o apelido de "o poeta lagartixa".
Viveu na boêmia, e aquele ambiente o estimulava literariamente. Como poeta satírico,
era justamente temido e respeitado; teve amigos e, também, inimigos acérrimos,
por causa dessa feição do seu talento, chegando a ser perseguido. Como
repentista e improvisador, era popular e bem recebido em todos os salões.
Fechavam os olhos à sua indumentária desleixada, só para ouvir o poeta e ver as
cintilações daquele espírito. Em muitas das suas composições vibra também a
nota de melancolia. Foi cognominado "o Bocage brasileiro". Pertencia
ao período romântico.
Obras: Trovas (1853); Tese
apresentada e sustentada perante a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
(1856); Poesias do Dr. Laurindo da Silva Rabelo. Por Eduardo de Sá Pereira de
Castro (1867); Compêndio de gramática da língua portuguesa, adotado pelo
Governo Imperial para o uso das escolas regimentais (1867; reed. em 1872);
Obras completas (poesia, prosa e gramática), org., intr. e notas por Osvaldo
Melo Braga (1946).
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Fonte:
Fonte:
Danglei de Castro Pereira
(UEMS/UUNA) e Devanir Batista da Silva (PIBIC/UEMS- UUC): “A sátira na poesia
de Laurindo Rabelo”. Disponível em: periodicos.uems.br
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