12/08/2014

Atlante esmagado (Poemas), de Luiz Delfino

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Corpo erótico: Luiz Delfino e os sentidos
  
A volúpia, as palavras e a respiração serão
os instrumentos com que fabricarás sua
ilusão. Impede-me o pudor de prosseguir
Do teu órgão, mulher, São secretos os
meios de expressão. ( A Arte de Amar – Ovídio)

Se focarmos as sociedades modernas e a Literatura da Modernidade, talvez constatemos um estágio pós-repressivo, ainda que sob outras formas mais sutis de interdição: elas não objetivam condenar o sexo à obscuridade, mas, ao contrário, como nos lembra Foucault, falar dele, institucionalizando-o como pulsão. O fato de envolver, ainda hoje, desejo e tabu, in-cita e ex-cita as pessoas a criarem discursos sobre o sexo. Surge, particularmente nas sociedades ocidentais, uma espécie de discurso erótico generalizado.

Discurso erótico encontrado nas obras poéticas Algas e Musgos, Íntimas e Aspásias, Rosas Negras e Imortalidades I,II e III: Livro de Helena, a serem analisadas neste capítulo, dedicado à produção erótica de Luiz Delfino, poeta que viveu e escreveu no século XIX, onde imperava a interdição e a moral cristã, podendo, talvez, ser considerado um poeta além de seu tempo, por fazer do sexo uma plataforma de libertação e combate, que se articulava à negação das instituições, como tantos outros jovens escritores da época, conforme observa Antônio Candido, em seu texto Os primeiros baudelairianos, no trecho citado a seguir.

Como os de hoje, os jovens daquele tempo, no Brasil provinciano e atrasado, faziam do sexo uma plataforma de libertação e combate, que se articulava à negação das instituições. Eles eram agressivamente eróticos, com a mesma truculência com que eram republicanos e agrediam o Imperador, chegando alguns ao limiar do socialismo.

Para atingirmos o objetivo aqui proposto, dividiremos este capítulo em duas partes: a primeira relacionada ao corpo, aos cinco sentidos e à nudez erótica; e, a segunda, ao fetichismo, principalmente em relação aos pés e aos cabelos da amada, à submissão do eu-poético e da natureza, perante a amada, e à morte.


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Fonte:
Renata Lopes Pedro: “A imortalidade de Helena: O corpo na lírica de Luiz Delfino”. (Tese apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Teoria Literária, Curso de Pós-graduação em Literatura, Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dr. Lauro Junkes). Florianópolis, 2008.


Notas
A imagem inserida no texto não se inclui na referida obra. As notas e referências bibliográficas de que faz menção o autor estão devidamente catalogadas na citada obra. O texto postado é apenas um dos muitos tópicos abordados no referido trabalho. Para uma compreensão mais ampla do tema, recomendamos a leitura da obra em sua totalidade. Disponível em: repositorio.ufsc.br

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