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Ana de Castro Osório: feminismo e a educação da mulher...
Algumas poucas críticas
feministas na virada do século conseguiram fazer uma denúncia mais direta
relacionando a “educação para a submissão” , a exemplo da escritora portuguesa
Ana de Castro Osório, através da obra intitulada “Às Mulheres Portuguesas”, de
1905.
A polifonia que marcou esse
momento apresentava vozes conservadoras preocupadas com a dissolução de
costumes patriarcais tradicionais, e também vozes mais liberais, preocupadas
tanto com a modernização dos papéis masculinos e femininos sem alterar a
“desigualdade de gênero”, como promover a garantia de direitos civis e sociais
às mulheres.
Ana Osório (1872-1935), foi
escritora, intelectual, jornalista, ensaísta, conferencista, feminista e
republicana. Desenvolveu intensa campanha em prol dos direitos das mulheres, fundando
a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, o Grupo de Estudos Feministas e a Cruzada
das Mulheres Portuguesas, além de escrever artigos e fazer conferências sobre o
tema da condição feminina, defendendo o direito à educação e ao trabalho como
meios de emancipação feminina.
Ana Osório dirigia-se às mulheres
de seu país, mas também às mulheres latinas de uma maneira geral, exortando-as ao
estudo e ao trabalho como um meio de obterem sua liberdade, pois considerava as
jovens mulheres insuficientemente educadas para serem as companheiras e as mães
do “homem moderno”. Um dos conselhos era para não fazer do amor o ideal único
da existência nem o seu único fim, mas pensar no trabalho e no estudo, deixando
que as faculdades afetivas se desenvolvessem livremente, e, caso não
desenvolvessem, que isso fosse indiferente à sociedade.
As idéias de Ana Osório foram
bastante veiculadas no Brasil durante toda a Primeira República, seja através
da imprensa, como colaboradora das revistas femininas e de jornais, seja pela
publicação de suas obras destinadas ao público feminino e à educação das
crianças. Na biblioteca pública de São Luís havia uma coleção de livros da
autora, a “Coleção Castro Osório”, dedicada à infância.
Ao defender a liberdade feminina
de escolher seu estado social sem que isso significasse um fracasso na vida,
especialmente no caso daquelas que escolhessem o estado de solteira, a
escritora fazia uma crítica à mentalidade vigente de considerar o casamento
como única carreira para assegurar o futuro da mulher. Entendia que desenvolver
livremente as qualidades afetivas da mulher era deixar-lhe o pleno direito da
escolha, o direito “sagrado de amar ou não amar”, de casar ou ficar solteira,
sem que isso representasse uma vergonha ou um ridículo. Para isso, era
necessário que houvesse a independência feminina pela educação e pelo trabalho,
mostrando que a felicidade da mulher e sua utilidade na vida não estavam única
e exclusivamente no casamento.
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Fonte:
Elizabeth Sousa Abrantes: “Ana de Castro Osório: feminismo e a educação da mulher como dote simbólico Fazendo Gênero”. Diásporas, Diversidades, Deslocamentos23 a 26 de agosto de 2010,
disponível em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/
Fonte:
Elizabeth Sousa Abrantes: “Ana de Castro Osório: feminismo e a educação da mulher como dote simbólico Fazendo Gênero”. Diásporas, Diversidades, Deslocamentos
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