05/06/2016

Musa Velha, de Francisco Palha

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Francisco Palha

Francisco Palha (1824-1890) foi uma figura incontornável do panorama teatral português do terceiro quartel do século XIX, associado a diversas funções: dramaturgo, empresário, comissário régio. De facto, ele é nomeado comissário do Teatro de D. Maria II, junto com um novo director de cena e ensaiador, João Pinto Carneiro, em substituição de Silva Abranches (cf. RS 25.3.1862). Pela ocasião em que Francisco Palha publica o livro de poemas Musa velha (1883), Júlio César Machado escreve um folhetim sobre o autor. Descreve-o como tendo por habilidade principal fazer rir o espectador ou o leitor, usando nos seus escritos diferentes estilos que confundem os críticos. Em termos pessoais, considera-o honesto e aplicado no trabalho: “Endividado nuns contitos de réis com a malograda tentativa da empresa da Rua dos Condes, por ocasião de se construir o Teatro da Trindade, pagou-os até o último real sem descansar e pontualmente” (RS 29.9.1883).

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Nos anos 1850/1860, Francisco Palha foi um dos mais populares dramaturgos no género cómico em Portugal. Machado testemunha-o num folhetim de 9 de Setembro de 1854, dedicado às obras daquele autor. A paródia Fábia, com largo número de récitas, foi a que lhe deu maior notoriedade. Aliás, Machado considera mesmo que a peça inaugura este género entre nós. Ela é uma “caricatura à tragédia, traçada naquele estilo chistoso em que o disparate é como a primeira condição”. Seguiu-se-lhe, no repertório do autor, O andador de almas, que Machado procura defender das acusações de imitação e mesmo de plagiato (de El sacristán de San Lorenzo) que lhe foram endereçadas. O certo é que o modelo espanhol era o preferido de Francisco Palha, e logo de seguida o mesmo autor constrói Atrás de uma mulher, imitando uma peça de Luis de Olona. Machado, embora notando várias vezes a excessiva dependência da nossa literatura dramática em relação à francesa, 112 considera injusta a prioridade do teatro espanhol sobre o francês. E justifica-se: “É desistir do espírito fino, natural e fluente! (…) é preciso ver que a Espanha dormiu durante um século, e que o seu teatro está hoje reduzido, para a obra penosa da sua educação social, a contentar-se de traduzir e arreglar as peças francesas, desde a alta tragédia até ao vaudeville insignificante” (RS 9.9.1854). Como o nosso estava, portanto.



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Fonte:
Licínia Rodrigues Ferreira: "Júlio César Machado Cronista de Teatro: Os Folhetins d’A Revolução de Setembro e do Diário de Notícias". (Dissertação de Mestrado orientada pelo Professor Doutor José Camões. Universidade de Lisboa - Faculdade de Letras). Lisboa, 2011.

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