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Horas do Tédio
Horas do Tédio
Sou um doido, meu Deus! na minha vida
Um momento sequer eu não pensei;
Dei-me inteiro às ficções – somente errei
Pela estrada sem luz e tão batida.
Peregrino, Senhor, na insana lida
A vestal de meus sonhos pretendida,
Meus amores na crápula afoguei
Que este mundo senti de fé mentida!
Morro agora de splen – no meu retiro
Sem menores alívios a meu mal.
Nem do peito exalar um só suspiro.
Levo os dias blasé sem dar sinal
De que cismo sequer – por vós prefiro
Numa campa dormir que neste val!
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