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Júlio Verne
Jules Gabriel Verne
Allotte, escritor francês (1828-1905), nascido na cidade de Nantes, foi um
grande divulgador da ciência, assim como o responsável por previsões progressistas.
Autor de sucessos como Viagem ao Centro da Terra (1864), Vinte Mil
Léguas Submarinas (1870), A Volta ao Mundo em Oitenta Dias (1872), Cinco
Semanas num Balão (1863), Paris
no Século XX (1863, publicado em 1994), Da Terra à Lua (1865), A Ilha Misteriosa (1874), entre
outros, Verne conquistou e continua conquistando leitores no mundo todo com sua
literatura fortemente fundamentada nos avanços científico-tecnológicos, sempre enredados
por fascinantes histórias.
Desde a adolescência,
Júlio Verne teve uma relação conflituosa com o pai, para quem as veleidades
exploratórias e literárias do filho pareciam irrelevantes. Em 1848, mudou-se para
Paris, por influência paterna, com o intuito de estudar advocacia. Nessa época,
em contato com grandes literatos, teve despertada a motivação para iniciar sua
carreira como escritor.
Em 1850, concluiu os
estudos jurídicos e, apesar da insistência do pai para que voltasse à sua terra
natal e exercesse a profissão, resistiu firme na decisão de tornar-se um profissional
das letras. Foi por essa época que Verne, influenciado pelas conquistas
científicas e técnicas, decidiu criar uma literatura adaptada à idade
científica, vertendo todos esses conhecimentos em relatos épicos.
Seu primeiro livro
publicado foi Cinco Semanas num Balão, não antes de ser recusado por
vários editores, até chegar às mãos de Pierre-Jules Hetzel, em 1863. O livro
agradou muito ao público, e devido à sua grande aceitação, várias edições se
esgotaram, deixando claro para Hetzel o grande talento de Verne (FERRAZ, 2001).
Ao todo, o autor escreveu 80 livros e montou 15 peças de teatro, sozinho ou com
colaboradores. Conquistou um público cativo que, ávido por aventuras e
descobertas científicas, viram na obra de Verne uma fonte inesgotável de
fruição. Algumas de suas histórias foram para o cinema: Viagem à Lua (Georges Méliès, 1902), Vinte Mil Léguas
Submarinas (Georges Méliès, 1907), Michael
Strogoff (J. Searle Dawley, 1910), entre outras edições mais recentes como Viagem
ao Centro da Terra (Eric Brevig, 2009) e A Ilha Misteriosa (Mark
Sheppard, 2010).
Fortes mudanças
industriais e intelectuais de grande impacto marcaram o século XIX, principalmente
na Europa (MASON, 1962). A predominância do pensamento positivista em várias
áreas das ciências influenciando o homem na busca pelo domínio da natureza, a Revolução
Industrial, todo o processo político que desencadeou a Primeira Guerra Mundial,
as inovações científicas movidas pelas novas tecnologias e descobertas e o
alargamento dos estudos nas várias áreas da física são elementos intrínsecos da
visão de mundo que Júlio Verne construiu. Suas obras falam da humanidade e de
seu futuro com grande entusiasmo e esperança, antecipando em seus escritos vários avanços no mundo
tecnológico que estava prestes a começar, no
final daquele século.
Para Pinto Neto (2004), a
literatura de Júlio Verne, que conquistou, e ainda conquista uma legião de
leitores, produz inúmeros efeitos, alguns diretos, outros concernentes ao imaginário1, que não se encerram apenas
na leitura, mas favorecem a constituição de uma concepção de mundo. Até hoje
muito procurados nas bibliotecas, seus livros inspiraram engenheiros e
cientistas do mundo todo devido às ideias avançadas presentes em suas histórias.
Em Da Terra à Lua (1865), por exemplo, Verne antecipou em mais de um
século uma expedição que só seria realizada em 1968. O autor fez previsões
muito precisas sobre as características na nave, sobre o local do lançamento,
enfim, existem várias semelhanças entre a viagem descrita em sua ficção e o
histórico projeto Apollo realizado nos Estados Unidos no século seguinte.
Podemos dizer que o uso
da ciência na obra de Júlio Verne se deu no deslocamento entre as categorias
descritas, pois nos livros o autor fazia desde menções a grandes realizações científicas
do passado – Galileu e Arquimedes, entre outros – até grandes previsões – o submarino
e o uso inteligente da eletricidade e do vapor como fontes de energia, entre
outras –, algumas delas revolucionárias fantásticas, como o lançamento de uma
nave tripulada à lua, por exemplo.
Como um dos primeiros
escritores na linha moderna da ficção científica, Júlio Verne previu, entre
outros inúmeros inventos, a televisão, o helicóptero, o cinema falado, a iluminação
a neon, o ar condicionado, os arranha-céus, os mísseis teleguiados, os tanques
de guerra, os veículos anfíbios, o avião, a caça submarina, o aproveitamento da
luz e da água do mar para gerar energia e o uso de gases como armas químicas.
Tais características de
sua obra tornaram-na uma grande fonte de inspiração. No Brasil, Verne exerceu
influência sobre grandes nomes da literatura e de outras esferas sociais. Jovens
leitores encontraram – e ainda encontram nos dias que correm – em seus livros
uma maneira diferente de conceber as implicações do conhecimento científico nas
relações sociais e na natureza. Segundo Pinto Neto (2004, p. 14), Júlio Verne
está presente, direta ou indiretamente, na literatura de renomados escritores: “Raul
Pompéia; Olavo Bilac; Graça Aranha; Graciliano Ramos e Brito Broca; assim como
em textos autobiográficos de outros intelectuais.”
A presença de um conjunto de referências
à obra de Júlio Verne nos romances brasileiros e nos relatos autobiográficos
mostra que, além do fato de ter sido lido por várias gerações, é um dos autores
que compõe o processo de iniciação literária de muitos. Tais leituras,
presentes principalmente na infância e na adolescência, são na maior parte dos
casos, leituras de devaneio, podendo, inclusive, se antagonizar às outras
leituras, como a dos manuais didáticos - as leituras escolarizadas. (Ibid., p. 14)
O “antagonismo” ao qual
Pinto Neto se refere não é um problema que nos preocupa, desde que pensemos na
leitura de Júlio Verne como auxiliadora no contínuo processo de produção de sentidos pelo
leitor. As contradições entre a física e a literatura, a nosso ver, devem ser
favoráveis a níveis de compreensão mais significativos sobre os objetos de
estudo, desde que acompanhadas por um mediador que pode ser o professor.
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Fonte:
Júlio César David Ferreira: “Aproximações entre a obra de Júlio Verne e o ensino de Física”. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UNESP/FCT, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação. Orientador: Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni). Presidente Prudente, 2011.
Fonte:
Júlio César David Ferreira: “Aproximações entre a obra de Júlio Verne e o ensino de Física”. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UNESP/FCT, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação. Orientador: Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni). Presidente Prudente, 2011.
Notas:
A imagem inserida no texto não se inclui na referida
tese. As notas e referências bibliográficas de que faz menção o autor estão
devidamente catalogadas na citada obra. O texto postado é apenas um dos muitos
tópicos abordados no referido trabalho. Para uma compreensão mais ampla do
tema, recomendamos a leitura da tese em sua totalidade. Disponível em: www.athena.biblioteca.unesp.br
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