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Guerra Junqueiro e o Momento vivido (O Homem e o Poeta)
Em meados do século XIX, Portugal
encontra-se política, social e economicamente num estado caótico.
Para o delinear desta situação em
muito contribuíram os políticos fraudulentos e corruptos, mais absorvidos por
mesquinhos interesses pessoais do que pelo efectivo desenvolvimento do país. Deste
panorama resulta o predomínio da mentalidade rural sobre a urbana e o
subdesenvolvimento da indústria moderna, estando a concorrência estrangeira a
derrubar a débil indústria portuguesa. Nos campos, a situação é de grande
penúria, motivando um enorme fluxo de emigração, sobretudo para terras
brasileiras, em busca de melhores condições de vida.
É neste momento histórico que na
pequena vila transmontana de Freixo de Espada-à-Cinta nasce Abílio Manuel
Guerra Junqueiro, poeta que pela força e engenho da sua verve havia de marcar
não só o século XIX, mas toda a nossa história literária.
Abílio Manuel Guerra Junqueiro
foi o primeiro e único filho de seus pais, José António Junqueiro e Ana Maria
Guerra, que faleceria três anos após o nascimento de seu filho, facto que o
marcaria indelevelmente no respeitante à sua vida e obra.
O pequeno Abílio fez os seus
primeiros estudos, em Freixo de Espada-à-Cinta, junto de seu pai e sua madrasta
e madrinha, Francisca Marcelina. O facto de pertencer a uma família de
agricultores abastados e pequenos comerciantes que viviam com algum desafogo permite-lhe
continuar os seus estudos, seguindo para o Colégio Instituto Portuense. No
dizer de Manuela Azevedo, “Não vão, porém, ficar-lhe na memória das palavras,
muitas imagens do tempo do colégio”
Pretendia seu pai, como bom
transmontano da época, que o seu primogénito fosse padre, como então era uso em
todas as famílias de bem; assim, depois dos Estudos Preparatórios concluídos no
Porto, vai instalar-se em Coimbra, onde se matricula em Teologia. Dois anos frequenta
este curso (1866-68), acabando por abandoná-lo. No entanto, se a Teologia não
parece prendê-lo, outros valores espirituais precocemente o animam: versejar.
Em 1862, Guerra Junqueiro começa
a manifestar algum interesse, embora confuso, pelos acontecimentos políticos
nacionais e internacionais da época.
A nível internacional, uma onda
de reivindicações contra a injustiça social percorre o mundo do trabalho,
reunindo-se em França, país tradicionalmente na vanguarda da defesa dos
direitos humanos, a Iª Internacional dos trabalhadores.
Em Portugal, as Artes e Letras
sentem como nunca a falta de apoio governamental, o que agrava as difíceis
condições de vida dos Artistas. Os escritores precisam da protecção do Estado e
este oferece importantes cargos no Governo em troca do “controlo da pena”,
daqui surgindo a chamada “literatura oficial”.
É nesta época que surge em
Coimbra um grupo de intelectuais, liderado ideologicamente por Antero de
Quental e José Fontana e do qual fizeram parte alguns dos maiores escritores da
história da Literatura portuguesa, tais como: Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e
Teófilo Braga, entre outros.
Esta Geração de Setenta, como
viria a ser conhecida, é constituída por um conjunto de jovens que,
influenciados pela cultura francesa, irão opor-se a um governo monárquico, cada
vez mais contestado no final do século, insurgindo-se a nível literário contra uma
prática ultra-romântica ligada a António Feliciano de Castilho e seus pares.
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Fonte:
Carla Alexandra Ferreira do Espírito Santo Guerreiro: “A Mundividência Infantil na Obra de Guerra Junqueiro”. (Tese de Mestrado em Ensino da Língua e da Literatura Portuguesas). Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2002.
Fonte:
Carla Alexandra Ferreira do Espírito Santo Guerreiro: “A Mundividência Infantil na Obra de Guerra Junqueiro”. (Tese de Mestrado em Ensino da Língua e da Literatura Portuguesas). Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2002.
Notas:
A imagem inserida no texto não se inclui na referida tese. As notas e referências bibliográficas de que faz menção o autor estão devidamente catalogadas na citada obra. O texto postado é apenas um dos muitos tópicos abordados no referido trabalho. Para uma compreensão mais ampla do tema, recomendamos a leitura da tese em sua totalidade. Disponível em: bibliotecadigital.ipb.pt
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