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Biografia de Ernani Rosas
Ernani nasceu em Desterro, em
1886, mas muito cedo se mudou para o Rio, onde permaneceu por toda a vida,
primeiro, na capital, depois, em Nova Iguaçu, onde viria a morrer no ano de
1955. Seu pai, Oscar Rosas, foi poeta, colaborou em jornais de sua época e
chegou a exercer cargos no governo. Ele é patrono de uma das cadeiras da
Academia Catarinense de Letras (ACL), motivo pelo qual uma enorme quantidade de
manuscritos de seu filho ali se encontra, os quais, aliás, chegaram à casa por
engano; pensava-se, na Academia, antes de o material ser entregue, que os
textos seriam de Oscar Rosas.
Diferentemente de seu pai, Ernani
nada publicou em vida, à exceção de alguns poemas em periódicos e de umas
pequenas plaquetes que não continham mais do que dez poemas e parecem ter sido
impressas com o intuito de promover uma limitada circulação entre amigos, nada
muito pretensioso. Até bem pouco tempo atrás, a sua poesia era conhecida apenas
pela sua inclusão no Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro, de Andrade
Muricy.
Mas não é apenas a obra que está
envolta em mistério e indefinição, também a sua vida, talvez até em maior grau,
cerca-se de uma névoa espessa que nos impede de compreender sua existência e
encontrar respostas para perguntas de aparente simplicidade. Sabe-se que ele
foi amigo de importantes personalidades literárias, com destaque especial para
Ronald de Carvalho e Luís de Montalvor, de Portugal, com os quais se
correspondia. Tanto um como outro solicitavam a participação de Ernani nos
projetos que articulavam, mas isso nunca aconteceu. Por um lado, talvez se
explique tal fato por não ter havido, nas correntes modernistas, uma na qual
Ernani se encaixasse perfeitamente, mas, por outro, é preciso reconhecer que
ele simpatizava com alguns poetas e movimentos. Sua poesia permaneceu presa a
uma concepção clássica de forma, fiel à metrificação, mas a sua linguagem
oscilou entre tendências simbolistas, decadentistas, espiritonovistas,
pós-simbolistas e supra-realistas.
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Fonte:
Fonte:
Fábio Renato Corrêa: “Indefinição em definição: um olhar
sobre a relação de Ernani Rosas com a tradição literária”. Universidade Federal
de Santa Catarina - Centro de Comunicação e Expressão (Mestrado em Literatura),
sob orientação do Profº Dr. Carlos Eduardo Schmidt Capela. Desterro, 2005. Disponível em: repositorio.ufsc.br
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