20/04/2014

Ecce homo, de Eusébio de Matos

 Ecce homo - Eusebio de Matos - Iba Mendes
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Biografia de Eusébio de Matos

Eusébio de Matos ou Frei Eusébio da Soledade, filho de Pedro Gonçalves de Matos e de dona Maria da Guerra, e irmão do celebre poeta satírico Gregório de Matos Guerra, nasceu na Bahia em 1629 e faleceu a 7 de julho de 1692.

Estudou humanidades no colégio dos jesuítas de sua pátria, onde tomou a roupeta a 14 de março de 1844, tendo por companheiro de estudos o dito seu irmão, e por mestre de filosofia o padre Antônio Vieira, a quem substituiu no magistério, lecionando também retórica por muitos anos.

Grande pregador, na Bahia — onde eram entusiasticamente aplaudidos o padre Antônio Vieira e seu rival no estilo, o padre Antônio de Sá — dizia-se que este era superior aos outros na voz e no acionado; Vieira na lógica e clareza das provas e Eusébio de Matos no polimento da frase e na sutileza.

Grande músico e compositor, tocava perfeitamente harpa e viola, instrumento muito usado em seu tempo e compôs muitos hinos religiosos e cantos profanos, ameníssimos sobre poesias suas. Poeta notável, seus próprios colegas o apelidavam de inspirado. Desenhista admirável, fazia quadros com perfeição tal, que pareciam gravuras. Eis como a seu respeito se exprime Barbosa, Machado em sua Biblioteca Lusitana: “Insigne pregador, assim na substância dos discursos, como na veemência dos afetos; poeta vulgar e latino, cujos versos eram tão discretos, como elegantes; músico por arte e natureza, compondo as letras que acomoda a aos preceitos da solfa; aritmético grande, sendo sempre eleito para árbitro das maiores contas; pintor engenhoso, do qual se conservam com estimação particular muitos debuxos; discreto, jovial na conversação, e ultimamente tão consumado em todas as partes que constituem um homem perfeito, que afirmava dele o padre Antônio Vieira que Deus se apostara em o fazer em tudo grande e não o fora mais por não querer....”

Desgostos e mesmo acusações que se supõem injustas, partidas de seus irmãos, os jesuítas, o decidiram, depois de ter ordens sacras, a tomar o hábito dos carmelitas com o nome de frei Eusébio da Soledade, fato que se deu na ausência do Antônio Vieira e que foi por este amargamente lamentado. Suas obras como sucedeu com as de muitos brasileiros ilustres, foram em grande parte perdidas. São conhecidas:

Ecce Homo. Práticas pregadas no colégio da Bahia nas sextas-feiras à noite, mostrando-se em todas o Ecce Homo. São objeto destas praticas: os Espinhos de Jesus Cristo, a Púrpura, as Chagas, as Cordas, a Cana e o título de homem. Este livro ó um monumento de erudição; é um perfeito modelo de estilo sublime, cheio de unção religiosa e digno de ser estudado como tal segundo diz Warnhagem.

Sermão da Soledade e Lágrimas de Maria Santíssima pregado na Só da Bahia.

Sermões do padre-mestre frei Eusébio de Matos, etc. São discursos oratórios, coligidos por um companheiro do autor, frei João de Santa Maria que, entretanto, não continuou a publicação encetada, como projetava. A coleção compunha-se de quatro partes ou volumes.

Oração fúnebre nas exéquias do ilustríssimo Senhor D. Estevam dos Santos, bispo do Brasil, celebradas a 14 de julho de 1672. É uma publicação póstuma como a precedente.

Seis sermões do Rosário — dos quais também Barbosa Machado faz menção, mas dizendo que desapareceram. Das poesias de Eusébio de Matos foi maior o extravio. Se disse que ficaram em poder de seu irmão Gregório de Matos; mas entre os papéis deste só se encontrou, que se lhe atribuísse, uma Coleção de poesias — que, com certeza, não contém todas as que ele escrevera, e que foi adicionada a um dos grossos volumes de manuscritos do dito seu irmão. Apenas se publicaram de sua pena.

Dez estâncias — parodiando outras tantas, escritas por seu irmão a uma certa dona Brites, finalizando cada verso seu com a mesma palavra deste. Vêem no “Florilégio da poesia brasileira”.


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Referência bibliográfica:

Augusto Victorino Alves Sacramento Blake: Diccionario Bibliographico Brazileiro. Typographia Nacional. Rio de Janeiro, 1883.

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