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Fonte:
Ana Cristina Magalhães Jardim: “De “Marília de Dirceu” ao “Romanceiro da Inconfidência” a construção de um mito na sociedade brasileira a partir do século XVIII”. Fundação Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura - Programa Nacional de Apoio à Pesquisa, 2009, disponível em: http://www.bn.br/
Morte como gênese do mito Marília de Dirceu
Após inúmeras leituras das fontes
utilizadas para o presente trabalho – bibliografia, viajantes, jornais e
imagens – nos perguntávamos onde estaria a gênese do mito de Marília?
Que documentos ou acontecimentos
poderiam ter determinado o processo de formação ou de consolidação do mito que
investigamos?
O livro de poemas Marília de
Dirceu escrito por Tomás Antônio Gonzaga é, sem dúvida, a pedra fundamental da
existência da imagem de Marília. Por narrar o amor de Dirceu por sua musa
Marília, o livro é a ponta inicial desse processo que nos leva ao mito como conhecemos
hoje. Mas trata-se de obra literária que, segundo pesquisadores, tanto da
história quanto da literatura, mescla fatos reais e ficção. Quanto de cada
parte e quais deles seriam fatos ou ficção é impossível determinar e não é esse
o objetivo. Um mito é constituído de matéria volátil. Qualquer um, desde os
mitos da antiguidade até os contemporâneos. Quanto menos se pode determinar
sobre ele e quanto mais especulações sem possibilidade de comprovação existem
em torno de um mito, mais sua chama parece crescer e se espalhar.
A imagem de Marília encontrada em
livros, jornais e mesmo em ilustrações criadas para Marília e Dirceu é a do
casal apaixonado e que depois de separado viveu de lembranças de um amor
frustrado, uma perda ocorrida por circunstâncias maiores, a Inconfidência Mineira,
inerente ao desejo cantado em versos de permanecerem juntos. Um desejo
sinalizado pela tópica do amor impossível, trágico como em diversos outros
casais da história e da literatura universal. Como Penélope e Ulisses durante a
Guerra de Tróia narrada na Odisséia de Homero, os casais de histórias ou lendas
medievais, como Tristão e Isolda e Abelardo e Heloísa ou ainda Pedro e Inês de
Castro em Portugal no século XIV, aquela que depois de morta foi rainha, tão
conhecida das histórias míticas portuguesas que fez parte de temas e versos
inclusive de Camões e de Fernando Pessoa. Da mesma forma, inúmeros autores brasileiros
já se detiveram ao tema e à memória do casal Marília e Dirceu como a versão brasileira
para um modelo romântico universal, a tópica do amor que espera ou do amor impossível.
Mas, a morte parece reacender a
notoriedade de um mito. É como o fechamento definitivo de uma trajetória
pessoal a partir da qual se pode, enfim, recolher e juntar as pontas que
estavam soltas e recontar a versão mítica ou popularizada de uma história. No
caso, as circunstâncias da morte de Marília a elevam e a cristalizam como a
musa que se preservou e se dedicou ao seu amor até a morte em idade avançada na
mesma cidade que foi palco da Inconfidência Mineira.
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Fonte:
Ana Cristina Magalhães Jardim: “De “Marília de Dirceu” ao “Romanceiro da Inconfidência” a construção de um mito na sociedade brasileira a partir do século XVIII”. Fundação Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura - Programa Nacional de Apoio à Pesquisa, 2009, disponível em: http://www.bn.br/
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