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Vida de um homem dinâmico
Medeiros e Albuquerque (José
Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque) foi jornalista,
funcionário público, professor, político, contista, poeta, romancista, orador,
ensaísta, teatrólogo, memorialista, conferencista e crítico. Ele achava seu
nome completo parecido a um trem com muitos vagões e, consequentemente,
resolveu sempre assinar somente Medeiros e Albuquerque, nome com o qual entrou
para a lista dos autores nacionais relevantes.
Nasceu em Recife em 4 de setembro de 1867 e
faleceu no Rio de Janeiro em 9 de unho de 1934. Quando adoeceu, preferiu já
redigir a notícia do seu previsível falecimento
em um artigo, com dados biográficos, pedindo, com grande antecedência, que o
enterrassem em caixão de terceira classe e recomendando aos parentes abstenção de
luto. Aliás, nesse texto, Medeiros também expressou ponto de vista negativo referente
à reforma ortográfica portuguesa de 1911, ao afirmar que esse dado apressou a
sua morte, liquidando-o.
Medeiros destacou-se pela sua participação não
somente na vida social e política do Brasil, mas também como homem de letras,
trabalhando nas áreas do magistério, do jornalismo e da literatura. Ele, sendo
um homem inserido em diversas áreas do conhecimento do século XIX, consegue,
embora com teor genérico, trabalhar com vários temas sempre com uma postura
esclarecedora e crítica.
Era filho de Joaquim José de Campos da Costa
de Medeiros e Albuquerque (1825-1892) e de Ana Joaquina Dornelas Pessoa.
Joaquim bacharelou-se e depois se tornou doutor em Direito pela Faculdade do
Recife. Foi também diretor na Secretaria de Estado dos negócios imperiais.
Ademais, teve a presidência da Comissão Brasileira de Permutações
Internacionais.
Posteriormente ao fato da mãe ter lhe ensinado
as primeiras letras, Medeiros estudou no famoso Colégio Pedro II. Aliás, graças
à dedicação de sua mãe, que brincando, o educava, surpreendentemente, já aos 4
anos, ele conseguiu ler. De modo que, com 9 anos de idade, Medeiros almejava
entrar para a segunda série do Colégio Pedro II, mas como essa idade
possibilitava-lhe apenas cursar a primeira série, foi obrigado a dar documentos
falsificados, para fingir ser mais velho.
Conseguindo a matrícula no Colégio Pedro II,
começou a publicar semanalmente um pequeno jornal intitulado O Patusco, que
representava “um quarto de fôlha de papel, com 17 quadrinhas sôbre os
acontecimentos do Colégio” (ALBUQUERQUE, 1942, p. 18). No entanto, Medeiros e
Albuquerque sabia desde o primeiro número do respectivo periódico que ele teria
vida efêmera, visto que não o julgava importante.
Medeiros e Albuquerque teve quatro filhos e
também cuidou de quatro irmãos pequenos, de cuja educação se apoderou desde o
início da alfabetização. Desses oito parentes, conseguiu diplomar cinco, sendo
três em Medicina e dois na Escola Normal. Ele sempre se julgou um pai de
família bastante eficiente, pois constantemente afirmou: “toda essa ninhada
cresceu e emplumou debaixo de minhas azas. Para levar a cabo essa tarefa, tive
de trabalhar formidavelmente” (ALBUQUERQUE, 1934, p.240).
Ademais, em uma viagem aos
Estados Unidos, Medeiros recebeu uma notícia bastante traumatizante: a da morte
de seu filho Paulo, o que mais era apegado ao pai. Além disso, o próprio autor
relatou o sofrimento que passou ao receber a notícia de que Paulo faleceu de
apendicite, revelando o seu sofrimento:
Como se vê, Paulo era mesmo um filho bastante
estimado por Medeiros e Albuquerque, além de ser o mais parecido com ele, visto
que sempre “mostrava a sua inteligência lúcida e perspicaz” (ALBUQUERQUE, 1934,
p.60). Paulo fez um curso preparatório de Medicina e no último ano se
interessou pelo estudo da tuberculose.
Medeiros também tinha apreço por
assuntos relacionados a essa área específica. Consequentemente, por possuírem,
de fato, várias afinidades, Medeiros e Albuquerque e Paulo conheciam “a fundo toda a
vida um do outro” (ALBUQUERQUE, 1934, p.60).
Evidentemente, a morte desse filho para o
autor foi a maior tristeza de sua vida, tanto é que, depois do acontecido, ele
escreveu: “Quanto a mim, entretanto, fiquei na minha experiência única. Fechei
a porta do paraíso artificial e atirei fóra a chave” (ALBUQUERQUE, 1934,
p.141). Essa perda foi tão traumatizante para o escritor, que o levou a tratá-la em várias obras, tais como em
Quando era vivo, Poemas sem versos e O perigo americano.
[...]
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Fonte:
Fonte:
Vitor Celso Salvador: “A “crônica
literária” de Medeiros e Albuquerque: resenhas
e notícias literárias publicadas no vespertino A Notícia de 1897 a 1908” . (Dissertação
apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis - UNESP - Universidade Estadual Paulista para a obtenção
do título de Mestre em Letras (Área de Conhecimento: Literatura e Vida Social. Orientador:
Dr. Álvaro Santos Simões Junior). Assis,
2012.
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