02/11/2013

O Mulato, de Aluísio Azevedo

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O mulato: um romance que provocou escândalo

Na obra O mulato, publicada em 1881, em São Luís, Aluísio Azevedo tocou em duas questões muito polêmicas: o racismo e a corrupção dos padres. E isso bastou para que alguns setores da sociedade maranhense se sentissem ofendidos e desencadeassem seu ódio contra ele.

Raimundo é a personagem central desse romance. Filho de uma escrava com um português, apesar de ter uma bela aparência de homem branco, ele sofre a violência do preconceito racial da sociedade, principalmente da família de seu tio, que o impede de se casar com a prima Ana Rosa, por quem se apaixonara.

Ela também o ama mas não tem como vencer a oposição da família, que conta com a ajuda de um religioso muito influente na cidade, o cônego Diogo, para convencê-la a desistir desse casamento. Esse cônego, aliás, é uma das personagens mais odiosas do romance. Corrupto, inescrupuloso e imoral, ele desonrara o pai de Raimundo e, por isso, teme que seu passado seja revelado. Daí seu empenho em difamar o rapaz e impedir, a todo custo, que ele se case com Ana Rosa.

Depois de várias peripécias, Raimundo é assassinado por um cúmplice do cônego, o caixeiro Dias. Ana Rosa, que estava grávida de Raimundo, aborta e quase morre. Ninguém consegue descobrir o assassino.

No final do romance, seis anos depois da morte de Raimundo, vemos Ana Rosa casada com o próprio Dias, feliz, aburguesada e com três filhos.

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Fonte:
Douglas Tufano: Estudos de Língua e Literatura. Editora Moderna. São Paulo, 1992.

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