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José de Alencar: o cronista do
Correio Mercantil
João Roberto Faria aponta
Francisco Otaviano como o pioneiro do
folhetim no Brasil, com sua seção no Jornal do Comércio, a partir de 1852. É justamente pelas mãos de Otaviano que
José de Alencar inicia sua caminhada,
fazendo-o através do jornal e, especialmente, pelo rodapé das páginas do Correio Mercantil, com a “benção” de
Otaviano, a quem Alencar considerava seu
mentor intelectual.
E o caminho do jornal, para um
escritor iniciante como Alencar, era incontornável.
Enquanto que, na França, o surgimento e ascensão da indústria midiática pelo jornal foi o caminho para a
consagração de diversos escritores já maduros
do ponto de vista intelectual, no Brasil, o jornal se mostrou o caminho de entrada para jovens talentos.
Destaque-se, em tal sentido, a
criação do grupo que editou na França a revista
literária Nitheroy, em 1836. Apesar de terem sido publicadas apenas duas edições da revista, tal empresa auxiliou no
surgimento e evolução de um grupo que,
nos primeiros anos da era midiática no Brasil, ditaria o rumo das manifestações artísticas e, especialmente, da
literatura no país; grupo este capitaneado
por Gonçalves de Magalhães, renomado poeta da época e preferido do Imperador D. Pedro II. O mesmo Gonçalves de
Magalhães que traria à luz em 1856
aquele que se pretendia o poema épico de formação da identidade brasileira, A confederação dos Tamoios, que seria
duramente atacado nas páginas do Diário do
Rio de Janeiro por meio de oito cartas inicialmente publicadas por um certo que posteriormente se revelaria como o próprio
José de Alencar, em uma acirrada
polêmica, bem ao gosto do escritor cearense.
Nesse sentido, como afirmado por Weslei
Roberto Cândido (2009, p. 125)
O jornal, no século XIX brasileiro, exerceu uma importante função na formação e consolidação das letras
no país. Órgão divulgador da literatura
francesa que chegava nos paquetes e logo
era traduzida nos rodapés dos jornais, a imprensa também funcionou como divulgadora dos novos
escritores nacionais, como o próprio
Alencar e ainda serviu de palco para
polêmicas e debates literários que talvez não tenham se repetido mais na história da literatura
brasileira.
Mas antes da polêmica travada por
Alencar acerca do poema de Magalhães,
veio o então jovem aspirante a escritor, com apenas 25 anos de idade, a ocupar as páginas do Correio Mercantil¸ a
partir de 3 de setembro de 1854, com a
seção intitulada Ao correr da pena, tendo escrito neste jornal a primeira série
de folhetins – trinta e sete ao todo –,
a qual foi encerrada, em sua primeira fase, em 8 de julho de 1855. Nessa ocasião, Alencar pediu
demissão do cargo que ocupava no jornal,
por não concordar com modificações feitas em sua última crônica, na qual atacara a febre de especulação financeira
que grassava no Rio de Janeiro, bem como
aos especuladores.
E o escritor inicia sua jornada pelos rodapés
dos jornais em 3 de setembro de 1854,
com a publicação da crônica cujo original é reproduzido abaixo, em uma revisão dos fatos recentes que eram
reproduzidos nas páginas dos jornais de então, especialmente o Correio Mercantil...
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Fonte:
Douglas Ricardo Hermínio Reis: “A literatura no jornal: José de Alencar e os folhetins de Ao correr da pena (1854-1855) – Volume 1. (Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Letras, junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras, Área de Concentração – Literaturas em língua portuguesa, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de São José do Rio Preto. Orientadora: Profª. Drª. Lúcia Granja). São José do Rio Preto, 2011.
Fonte:
Douglas Ricardo Hermínio Reis: “A literatura no jornal: José de Alencar e os folhetins de Ao correr da pena (1854-1855) – Volume 1. (Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Letras, junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras, Área de Concentração – Literaturas em língua portuguesa, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de São José do Rio Preto. Orientadora: Profª. Drª. Lúcia Granja). São José do Rio Preto, 2011.
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