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A dupla miopia de Simplício
Publicado em
1869, A luneta
mágica, de Joaquim
Manuel de Macedo,
apresenta ao leitor
um narrador em
primeira pessoa, Simplício,
cuja doença, uma
miopia rara, é
a força motriz de todos os conflitos da narrativa,
pois além de quase não enxergar, Simplício sofre de outro mal:
Chamo-me
Simplício e tenho
condições naturais ainda
mais tristes do
que o meu nome.
Nasci sob a influência de uma estrela maligna, nasci marcado com o selo do infortúnio.
Sou míope; pior
do que isso,
duplamente míope, míope
física e moralmente. Míope física: - a duas polegadas de
distância dos olhos não distingo um girassol de uma violeta. E por isso ando na cidade e não
vejo as casas. Miopia
moral: - sou
sempre escravo das
ideias dos outros
porque nunca pude ajustar
duas ideias minhas. E por isso quando vou às galerias da câmara temporária ou
do senado, sou consecutiva e decididamente do parecer de todos os oradores que falam pró e contra a matéria em discussão. Se
ao menos eu não tivesse consciência dessa minha miopia moral!... mas a convicção
profunda de infortúnio tão grande é a única
luz que brilha sem nuvens no meu espírito.
O excerto
acima compõe as linhas iniciais da Introdução do romance. Assim como A
carteira de meu tio e Memórias do
sobrinho de meu tio, esta narrativa não possui um prefácio em
que o autor
apresentaria sua recém-lançada
obra ao público,
fator bastante comum
no século
XIX. Estruturado
em dois segmentos,
a primeira parte
do romance é
dedicada, exclusivamente, a
uma Introdução, seguida
da Visão do Mal e,
a segunda parte,
a outra Introdução, seguida da Visão do Bem.
Simplício dá
início a sua
narrativa explicando aos
leitores que havia
vivido muitos anos, resignadamente míope, pois, apesar de
vários tratamentos médicos, todos resultaram em fracasso.
Além disso, a
convivência familiar aparentemente
harmoniosa, ao lado
da tia, da prima e
do irmão mais
velho, responsável por
sua herança, acabara
estimulando seu conformismo, pois sempre se sentira incapaz de
gerir a própria vida. Ademais, era cercado por parentes
dedicados a fazê-lo
em seu lugar.
No entanto, um
fato inesperado o faz desejar novamente, e com grande avidez, poder
enxergar: ele é convocado a compor um júri popular. É justamente
a consciência de sua miséria, tanto física quanto moral, que lhe
impulsiona em direção a uma nova tentativa de cura que,
desta vez, se dará pela posse de um objeto mágico, a luneta, conforme veremos adiante.
A passagem
a seguir é bastante ilustrativa, tanto no que se refere à ironia em relação à descrição
de sua família,
quanto por apresentar
a ideia de
senso comum que
ele, por se considerar
um míope moral, afirma não possuir:
No
princípio do ano
corrente de 186...
o excelente sistema
de governo que
nos rege, deu-me
o sinal de
minha regeneração civil
e política. Sem
que o mano Américo, a
tia Domingas e
a prima Anica
disso previamente soubessem,
fui incluído na
lista dos jurados
da minha freguesia;
quando chegou-nos a
notícia do fato consumado houve em nossa casa uma espécie
de consternação. Até que ponto chega o
amor dos parentes, a influência do sangue da família! Meu irmão, minha tia e
minha prima sobressaltaram-se ante
ao perigo que
eu corria por
me haverem reconhecido
dotado de senso
comum! Era certamente
porque o mano
Américo via que
não lhe era
possível ser também
jurado por si
e por mim.
Eu ia começar a ficar exposto às ciladas do mundo e
dos homens sem consciência. O juiz
de direito que presidia à revisão da lista dos jurados resolvera um problema
até então intrincadíssimo, declarando
que eu podia ser jurado, e que, por conseqüência eu tinha senso comum, condição exigida pela
lei. Eu fui alheio a tudo isso: estava mesmo
convencido pelo mano
Américo e pela tia
Domingas que até
o senso comum
me faltava; confesso, porém,
que mudei de opinião
com íntima e mal disfarçada alegria.
A ironia
aqui presente é
construída pela apresentação
dos componentes que comporiam a
miopia moral do
narrador (sua suposta
incapacidade de discernimento) e pela
sugestão
de que esta
mesma condição era
alimentada e manipulada
por seus parentes.
Em outras palavras,
o tom irônico
se dá na
medida em que,
Simplício, ao invés
de evidenciar claramente a razão do temor do irmão, da prima
e da tia em relação a sua liberdade moral (ao deixar de ser míope, ele perceberia a relação
de exploração a que estava submetido por todos), prefere
reiterar aos leitores,
primeiro, o apreço
de seus parentes
por ele. No
entanto, sugere, em seguida, sua suspeita no que se refere às
boas intenções da família, narrando, por exemplo, a
preocupação do irmão,
Américo, uma vez
que este não
poderia atuar como
jurado em seu lugar. Simplício
insinua, assim, que
ocupar o seu
lugar e tomar
posse de suas
atividades (e bens) era tarefa que Américo realizava com
muita desenvoltura:
O meu desgosto foi aumentado com os anos.
Meu irmão, que é um santo homem, me dizia:
-
Consola – te,
mano; tudo tem
compensação: a tua
miopia é uma desgraça; mas porque és
míope não vês
como são bonitos
os bordados da
farda de um
ministro de Estado, e portanto
não te exasperas por não poder ostentá-los.
Convém saber que meu irmão saiu eleito
deputado na última designação constitucional, e mandou fazer a sua libré
parlamentar ainda antes de ser reconhecido
representante legítimo do
povo soberano que
anda de paletó
e de jaqueta.
Deste fato e
da sua observação
concluí eu em
minha simplicidade que o mano
Américo vive doido
por ser ministro
para fazer o
bem da pátria.
E não só ele;
a prima Anica já sonhou três vezes com a mudança de gabinete, e com correios
e ordenanças à porta de nossa casa. Inocente menina! É um anjo: os seus
sonhos são piedosos como as vigílias da tia Domingas, sua mãe, e patrióticos, como
os cálculos do
mano deputado; ela
diz com virginal
franqueza que tem
meia dúzia de
parentes pobres a
arranjar, quando o
mano Américo for ministro.
Meia dúzia só!... Que abnegação e que
desinteresse da prima Anica!
Ela
está se tornando
tão profundamente religiosa
como a tia
Domingas. Já fez um
ponto de fé deste suavíssimo princípio: “a
caridade deve começar por casa”.
Desse modo,
desde o início da narrativa, o narrador opta por semear, aqui e acolá, seus pensamentos
e desconfianças, em
um movimento de
avanço e recuo
em relação à
realidade que ele parece apreender,
mas não tem condições,
nem físicas e
nem morais, de
interpretar totalmente,
configurando assim, seu caráter míope, que acentua o tom irônico da narrativa:
Na
primeira convocação do
júri o meu
nome foi o
primeiro que saiu
da urna. Este
sucesso deu que
pensar e que falar
em casa ... Eu não
cabia em mim de contente;
o mano Américo
hesitava,
porém enfim conveio
que eu entrasse
no exercício do meu direito de
cidadão jurado. Creio que meu irmão procedeu
assim pelo respeito que consagra às leis, como me
assegurou, embora a prima Anica me dissesse em particular que o segredo da
sua condescendência esteve
no receio de pagar multas... por mim. As senhoras são de ordinário muito maliciosas; acham graça em sê-lo:
Anica tem esse defeito; mas, diga ela o que
quiser, eu penso
que o mano
Américo é simples
e puro, como
Adão antes de comer o fruto proibido.
Notemos que
o narrador confere à prima Anica a autoria da dúvida gerada não apenas nele, mas também nos leitores. Do mesmo modo,
ao discorrer sobre o sistema judiciário, que o considera
portador de senso
comum o suficiente
para discernir entre
a culpabilidade ou inocência
de um réu, Simplício novamente lança mão desse mesmo recurso, reafirmando sua crença
absoluta nas boas
intenções da instituição
pública. No entanto,
a aparente defesa do código constitucional é
seguida de termos
e sentenças que,
ao mesmo tempo,
colocam em dúvida a eficácia e idoneidade do processo
como um todo:
Por conseqüência fiquei convencido de que
tinha senso comum. Ninguém faz ideia do profundo
contentamento que me deu esta
convicção. E não
era para menos.
O nosso código é
necessariamente muito sábio e muito previdente: exige que para ser
jurado o cidadão
brasileiro tenha apenas
senso comum, se
exigisse bom senso haveria desordem geral, porque, segundo
tenho ouvido dizer, muitos dos que têm
feito e dos
que fazem leis,
muitos dos que as deviam
mandar e mandam
executar, e muitos
dos que têm
por dever aplicar
as leis, não poderiam ser
jurados por falta de bom
senso! Dizem-me isso,
e asseguram-me que
o bom senso
é senso raro... Asseveram-me
ainda que se não fosse, que, se se exigisse
a condição de
bom senso para
o exercício daquelas
altas delegações e cargos
do Estado, haveria quatro quintas partes do mundo oficial inteiramente fora da lei.
O senso
comum, contraposto ao longo da narrativa ao conceito de bom senso, seria
a capacidade mínima
de um indivíduo
de discernir e
julgar em conformidade
com as regras sociais
vigentes. Além disso,
seria algo que
todos os cidadãos,
vivendo segundo as
normas gerais estabelecidas
em uma determinada
cidade, província ou
pátria, poderiam facilmente distinguir e aplicar. Já o bom senso,
segundo o narrador, seria algo superior ao senso comum, por se tratar de uma capacidade rara de
juízo, portanto, de difícil aplicação prática.
Simplício, embora
ateste sua aparente falta
de discernimento (entendido
aqui como a miopia
moral da qual é vítima), chama a atenção
dos leitores justamente para a falta de bom
senso na
vida pública, característica que
afetaria a maioria
dos representantes do
povo, segundo ele.
Lembremos que a narrativa A carteira do meu tio é interrompida justamente na cena
de um júri
popular observado pelo
sobrinho-narrador junto ao
Compadre Paciência. Voltemos a uma cena daquela obra:
O promotor sorrindo-se maliciosamente e com
graça própria de um jovem doutor de esperanças, fitava
de vez em
quando a sua
luneta sobre algum
dos jurados e divertia-se
depois desenhando com o lápis a casaca de abas de tesoura de um, e as calças
de longas presilhas
de outro, entremeando
os desenhos com
versinhos epigramáticos à
estúpida instituição do
júri. O advogado
contentava-se com fazer notas
aos dois procuradores o quanto aquela sala se mostrava própria para um baile, e como
estava mal empregada
destinado-se ao júri,
que é uma
instituição contrária ao bom
senso, ao espírito público, e à boa administração da justiça. O escrivão
resmungava, maldizendo os
ossos do ofício,
e praguejando contra
essa patacoada chamada
júri.Os jurados queixavam-se
uns aos outros
da maçada que sofriam, e
estavam pelos cabelos.
Era uma revolta
geral, embora abafada, contra
a fatal constituição. No
fim de uma
longa hora foram
sorteados novos jurados e o juiz de direito declarou que
adiava a sessão para o dia seguinte, por falta de número. Ninguém foi multado porque, entre
os que tinham faltado, contavam-se duas
potências eleitorais, que era preciso respeitar. Levantaram-se todos, e começou
a palestra: o juiz de direito foi para
um gabinete fumar o seu havana,
tendo primeiro convidado ao promotor e a
dois jurados para jogar o voltarete.
A citação
nos permite uma comparação entre A carteira de meu tio e A luneta
mágica em mais de um aspecto. O
primeiro deles, e mais evidente, seria a descrição satirizada que o sobrinho-narrador faz do júri, colocando à
mostra o que ele julga ineficaz nessa instituição. Na narrativa
de Simplício, o júri também
é colocado em
xeque, mas por
um viés mais
sutil, irônico, ao
iniciar julgando positivamente
o sistema judiciário
(“O nosso código
é necessariamente muito sábio e
muito previdente”), para então apontar o seu contrário (“exige que para
ser jurado o
cidadão brasileiro tenha
apenas senso comum,
se exigisse bom
senso haveria desordem geral”).
Um segundo
ponto de aproximação seria a atuação do sobrinho-narrador como aquele que observa e anota o que vê. Lembremos que é
essa a função que ele tem ao sair em viagem pelo
país: observar a
realidade e anotar
na carteira do
tio. Por meio
da mistura de
gêneros, analisada anteriormente
(narrativa de viagens
e crônica), A
carteira de meu
tio apresenta também uma espécie de lente, que capta a
realidade observada pelo sobrinho e que lhe permite narrar
pequenos detalhes –
as roupas desenhadas
(e desdenhadas!) pelo
promotor; as notas maliciosas
do advogado e o convite do juiz de direito para o jogo de cartas após suspender
a sessão – fazendo com que os leitores
vejam, por sua lente, digamos assim, um quadro social muito semelhante ao que Simplício observa e
narra, quando de porte do objeto mágico. Não é fortuita,
portanto, a presença
de uma luneta
nas mãos do
promotor, na cena
narrada pelo sobrinho.
Assim como o
promotor maliciosamente se
diverte com sua
luneta; o sobrinho,
ao narrar, também se diverte
debochando do que vê, como se ele também tivesse um objeto que lhe permitisse descobrir detalhes de uma cena
aparentemente comum: a reunião de um júri, no caso.
Comparando A
luneta mágica às
duas outras obras
narradas pelo sobrinho,
podemos observar também que,
assim como o
sobrinho-narrador empresta sua
voz e a
voz daqueles com quem dialoga,
para discursos parlamentares, crônicas sobre a situação observada no país ou confissões
sobre a política
da segunda metade
do século XIX,
Simplício, de modo semelhante, lança
mão desse mesmo
recurso ao se
caracterizar como míope.
Ambos constituem-se como tipos ou caricaturas.
No caso
de Simplício, especificamente, é
através de sua
miopia moral que
ele, narrador, pode
evidenciar aos leitores
o jogo entre
aparência e essência
que permeia a realidade
social na qual
está inserido. Sendo
míope, Simplício carrega
em si mesmo
uma duplicidade simbolizada de imediato pelo seu próprio nome (Simples?
Simplório?) e marcada também por sua condição física e moral, pois está o tempo
todo tentando enxergar a realidade em
mais de um plano. Há um primeiro, palpável, que sua miopia física restringe,
uma vez que possui a visão
bastante afetada, mas
também um segundo
plano, mais elaborado,
que sua miopia moral
deturpa ou não
alcança, já que
ele não tem
a capacidade de
discernir as intenções e
interesses daqueles que o cercam. Neste sentido, é a luneta mágica o
instrumento que lhe permite
construir sua narrativa,
mostrando, primeiro, a
visão absoluta do
mal e, depois, o seu inverso, ou
seja, a visão absoluta do bem.
Simplício se configura
como uma vítima tão
estereotipada dessas duas
visões e tão
incapaz de se
modificar com a
experiência (daí sua constituição
como um tipo,
uma caricatura) que
podemos pensar em
uma ironia de maior
amplitude, ou seja,
uma ironia direcionada
às próprias narrativas
românticas que mostram o
indivíduo em conflito
com o seu
meio, resultando daí
sua transformação ou não
(tendo sua virtude premiada ou seu vício punido) como resultado dessa
experiência individual e social. Em A luneta mágica, isso não ocorre com
Simplício. É através da visão perpassada
pela luneta, portanto,
que a narrativa
ganha suporte para
explicitar esse mecanismo
de construção narrativa:
Tive um ímpeto de coragem, avancei um passo
e perguntei-lhe:
- Dar-me-ás a vista?...
- Sim, e mais penetrante do que desejas.
- Como?
- A experiência te responderá.
- E tu por que não?
- Que te importa?... Já o disse: terás
vista mais penetrante do que desejas e pensas; queres?
- Por que modo a terei?
- Dando-te eu uma luneta mágica.
-Quando?
- Hoje mesmo e amanhã na hora em que
acabará o dia de hoje para começar o dia de amanhã, à meia-noite.
- E o teu prêmio?
- Será a tua próxima convicção que é melhor
ser cego, do que ver demais.
-Aceito.
-É o mal.
-Aceito.
- É o gelo no coração!
- Aceito.
- É o ceticismo na vida!
-Aceito.
- Por que, criança?...
- Porque eu quero ver.
-Verás demais.
-Aceito.
- Volta à meia-noite.
Os diálogos
curtos e o
enigma em torno
do que seria ver demais,
além da figura misteriosa
do Armênio, um
mágico contratado por
um comerciante de
lentes e apetrechos ópticos,
conferem a esta
narrativa de Macedo
um tom de
suspense por meio
da presença de elementos sobrenaturais. Ao
contrário de A
carteira de meu
tio e Memórias
do sobrinho de meu tio,
em que a
comicidade ganha espaço
privilegiado, este romance
não se constrói
por meio do
escracho com que
o sobrinho-narrador refere
a si mesmo
e aos outros.
Percebemos aqui um
humor mais ácido
e irônico ao
criticar as relações
pessoais e a
própria sociedade - humor esse
um pouco diverso,
portanto, daquele presente
nas duas obras
anteriores que analisamos
no segundo e
terceiro capítulos. Esta
característica se deve
também à maneira como a mistura de gêneros se configura em A
luneta mágica. Segundo Temístocles Linhares, “estamos
diante de um
dos livros mais ‘fantásticos’ de
Macedo, mas onde
o insólito logo
se aclimata à
vida cotidiana”. De
fato, mesclar elementos
mágicos ao cotidiano
configura, a nosso ver, o verdadeiro pulo do gato
macediano neste romance. Todavia, não se trata de uma narrativa puramente
maravilhosa, usando aqui as denominações de Todorov, tampouco, de um simples retrato de costumes. Por meio da
intersecção entre elementos mágicos (a luneta; o Armênio),
e outros da
realidade cotidiana, Macedo
não perde de
vista sua opção
pela composição ficcional
embasada em uma crítica social, conforme apontamos nas análises de A carteira
de meu tio
e Memórias do
sobrinho de meu
tio. A novidade
ficaria por conta, portanto,
da ênfase dada
ao maravilhoso, aspecto
inovador em sua
galeria de romances, conforme analisaremos a seguir.
---
Fonte:
Fonte:
Juliana
Maia de Queiroz: “As múltiplas facetas de Joaquim Manuel de Macedo: um estudo
de A carteira de meu tio, Memórias do
sobrinho de meu tio e A luneta mágica.” (Tese apresentada
ao Programa de
Pós-Graduação do Instituto
de Estudos da
Linguagem da Universidade
Estadual de Campinas,
como requisito para
obtenção do título
de doutor em Teoria
e História Literária. Área de concentração: Literatura Brasileira. Orientadora: Prof.ª
Dr.ª Márcia Azevedo
de Abreu. ). Campinas, 2011
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