Para
baixar este livro gratuitamente em formato PDF, acessar o site do “Projeto Livro Livre”: http://www.projetolivrolivre.com/
(Download)
↓
(Download)
↓
Os
livros estão em ordem alfabética: autor/título
(coluna à esquerda) e título/autor
(coluna à direita).
---
MACHADO DE ASSIS: O CRÍTICO COMO
ROMANCISTA
Machado de Assis, em sua crítica
literária, antecipa linhas de encaminhamento que realizará em sua produção romanesca, ainda
que seja pelo negativo: o que vai condenar
na crítica servirá como modelo negativo para o que ele vai empreender como escritor. Ou seja, ele evitará o que condena
no modelo negativo.
Machado, como sabemos, foi
crítico antes de ser romancista. "O passado, o presente e o futuro da literatura
brasileira" é de 1858, mas seu primeiro romance, Ressurreição, só surge em 1872. Assim,
torna-se importante acompanhar a evolução do pensamento crítico de Machado, talvez menos
para chegar a conclusões sobre a justeza ou não de suas opiniões do que para entender
como se foram estruturando as opções do escritor
em sua própria obra, no diálogo com seu pensamento crítico.
De fato, em sua maturidade
Machado aproveitará mais seu tempo em criações próprias, e não na crítica literária, embora
no início de sua carreira ele ainda a praticasse de um modo e com um objetivo especiais.
Tratava-se de um crítico que acreditava que a crítica tinha uma missão a cumprir, e
pretendia não apenas produzir comentários sobre o que foi escrito, mas apontar
caminhos para os escritores, como veremos.
Por questão estratégica, vamos
nos concentrar brevemente em alguns momentos
de seu trabalho crítico, tentando configurar como aparecem pontos de vista sobre os supostos fundamentos da crítica em
geral, sobre escolas e procedimentos literários
e especificamente sobre Eça de Queirós.
Em relação ao autor português,
apesar de eu considerar importantes todos os trabalhos que buscaram e buscam tecer
considerações sobre a justeza ou pertinência dos argumentos desenvolvidos por Machado de Assis
em sua crítica a O primo Basílio, creio
que é importante chamar a atenção para o fato de que Machado (nesta crítica e
em outras) está produzindo uma
justificativa para o projeto literário que vai empreender em sua chamada fase madura, projeto que se baseia
numa certa compreensão do sentido da herança romântica e do
Realismo/Naturalismo, para produzir em relação a ambos uma diferenciação que será a marca dos seus
romances da maturidade.
---
Fonte:
Fonte:
José Luís Jobim (UERJ – UFF): Machado de Assis em linha, ano 3, número 5, junho 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário