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Casa de Pensão: um romance
que ficou no meio e serviu como meio
Escrito em forma de folhetim e,
posteriormente, publicado em 1884, Casa
de pensão situa-se, no tocante à data de
publicação, entre O mulato,
de 1881, e O cortiço,
de 1890. Nessa tríade, essa obra de Azevedo, pelo menos nas histórias da
literatura, foi a que menos recebeu atenção. No máximo, há comentários
indicando que o romance possui qualidades elevadas, quando é comparado às
outras obras do autor (as mais românticas). Josué Montello (1986, p. 79)
destaca que: “Casa de pensão e
O cortiço (...)
situam-se no ponto mais alto da curva que descreve a evolução da obra de
Aluísio Azevedo”. Ademais, os historiadores citam que Casa de pensão foi
um alicerce para a construção de O
cortiço, esta considerada a principal obra do
autor.
Dito isso, fica claro o porquê de Casa de pensão ser
um romance que ficou no meio, dado que, além de ter sido publicado entre O mulato – obra
que é o marco do naturalismo no Brasil – e O
cortiço, o romance analisado neste trabalho,
no viés da história literária, serviu apenas de escada para uma obra, cujas
características naturalistas são mais evidentes. Casa de pensão foi
inspirado em um fato ocorrido no Rio de Janeiro, “a questão Capistrano”.
Amplamente divulgada nos jornais na seção de notícias policiais, a tragédia envolvia
o estudante Capistrano, o qual foi morto por Antônio Alexandre Pereira, irmão
de Júlia, a jovem seduzida por aquele (WALDMAN apud AZEVEDO, 2006, p. 4). A “questão
Capistrano” é interessante na medida em que ajuda a pensar que Azevedo, como um
bom realista-naturalista, buscava os pontos que ele considerava doentes na
sociedade, e que, por isso, mereciam uma atenção maior de seus leitores. Entre
essas partes enfermas estariam as habitações coletivas e a vinda, feita de modo
errado, de um provinciano para a capital, que alteravam a ordem da sociedade.
Não seria errôneo afirmar que o fato de a obra ter sido baseada em um caso
acompanhado com fervor pelos cariocas, provavelmente, teria alavancado as
vendas do folhetim que depois foi publicado em formato de livro. A trama do
romance consiste na ida de Amâncio, o protagonista, para a Corte. O rapaz, oriundo
do Maranhão, chega à capital fluminense com o intuito de estudar medicina, hospedando-se
na casa de um amigo de sua família. Porém, sua estada nessa residência é curta,
dado que, persuadido por João Coqueiro, ele se muda para uma pensão. A ampla
casa é controlada por Coqueiro e sua esposa, Mme. Brizard, uma mulher bem mais
velha que o marido. Os quartos são ocupados por figuras diferentes: um homem
que sofre com a tísica; um casal, cuja esposa depois se apaixona por Amâncio,
entre outras personagens. Moram também na casa: a irmã de João Coqueiro –
Amélia – César e Nini, esta última persona,
uma moça histérica que é filha de Mme. Brizard.
Na casa de pensão, Coqueiro e a esposa
valem-se de várias estratégias para casar o estudante maranhense com Amélia.
Apesar de todos os esforços empreendidos pelo casal, o rapaz toma a jovem
somente como amante, pois fica claro no decorrer do romance que ele não deseja
se casar com ela.
Revoltado com a situação, Coqueiro
entrega Amâncio à Justiça, alegando que o estudante de medicina havia desonrado
Amélia. O rapaz vai a julgamento e é absolvido. Revoltado com a decisão do
júri, Coqueiro invade o hotel em que Amâncio se achava hospedado e mata o rapaz
que falece clamando pela mãe.
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Fonte:
Fonte:
Leonardo
de Andrade Castilho: “Pensões
eCortiços: o espaço nos romances Casa de pensão, de Aluísio Azevedo e Suor, de Jorge Amado”. (Dissertação
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em
Literaturas de Língua Portuguesa. Orientadora: Profa. Dr. Ivete Lara Camargos
Walty). Belo Horizonte, 2011
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