27/05/2016

Castro Alves: o poeta e o poema, de Afrânio Peixoto

Para baixar o livro gratuitamente, clique na imagem e selecione-o em: 
---
Disponível provisoriamente em "Google Drive", no link abaixo:




---

Primeiros anos

A educação dos filhos mais velhos trazia-os para maiores núcleos de povoação: Antônio e seu primeiro irmão receberam lições de um amigo do pai, o sr. J. Peixoto, professor primário, também entendido na arte de curar. Conta Aristides Milton que, por esse tempo, foi colega em Cachoeira (cidade próxima e fronteira a São Félix, às margens do Paraguaçu), de Antônio e do irmão, na escola primária regida pelo professor particular Antônio Frederico Loup.

Em começo de 54, toda a família já residia na capital, ao nº 1 da rua do Rosário de João Pereira, casa que fora habitada por Júlia Fetal, a heroína de uma tragédia sentimental muito conhecida na Bahia: era linda moça de sociedade que os ciúmes desvairados do noivo ou apaixonado, João Estanislau da Silva Lisboa, depois professor de certa nomeada, assassinara, diz a lenda, com uma bala de ouro. Aí nasceu a Castro Alves a segunda, e sua predileta irmã Adelaide.

O Dr. Alves recomeçara a vida profissional, clinicando, ensinando na faculdade, onde se dispunha a concorrer para uma vaga de professor substituto de cirurgia. Passou a residir na rua do Passo nº 47, onde, no ano imediato, lhe nascia a terceira e última filha, Amélia. Nesta ocasião, em ato de reforma e já obrigando a sua nomeada, o Governo Imperial investia-o no lugar de professor da Faculdade de Medicina, cargo que iria honrar, prestando logo ao povo inestimáveis serviços na invasão da cólera, nesse ano, pelo que foi agraciado com a Ordem da Rosa.


Não era o Dr. Alves só um cirurgião procurado pela clientela e acatado pelos discípulos, mas de talento artístico apreciável, com o que conseguiu grupar em sua casa uma galeria de pinturas estrangeiras e nacionais, rival de outra, tão afamada nesse tempo, que possuía o seu colega da faculdade, o anatomista Dr. Jonathas Abbott. Dessa paixão resultou fundar na Bahia, em 56, a Sociedade das Belas Artes. No lar essa influência se exercia na educação artística que deu aos filhos, inclinados ao desenho, à pintura, à música, ao canto, às letras, favorecendo disposições de natureza que seriam consagradas.


[Trecho do livro]

Nenhum comentário:

Postar um comentário