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O Plano
Por: Theodor Herzl
O plano é, em sua
forma original, extremamente simples e é assim que deve ser, caso:se seja
compreendido por todos.
Deve ser
concedida a nós soberana sobre uma porção da superfície da terra adequada para
essas necessidades e as nossas justas ambições de povo: todo o restante, nós
mesmos o proveremos.
A aparição de uma
nova soberania não é ridícula e nem impossível. Temos podido presenciar em
nossos dias a outorga de tais direitos a povos que são mais pobres e menos
cultos e, por conseguinte, mais fracos que nós. Os governos dos países afetados
pelo anti-semitismo têm o maior interesse em ajudar-nos a obter a soberania.
Para esta tarefa,
simples a princípio, mas complicada em sua realização, serão criados dois
grandes órgãos: a Society of Jews e a
Jewish Company.
O que a Society of Jews tiver preparado
científica e politicamente, a Jewish Company
colocará em prática.
A Jewish Company se encarregará da
liquidação de todas as fortunas dos judeus imigrantes e organizará a vida econômica
no novo país.
Como já se disse,
â emigração dos judeus não deve ser concebida como repentina, mas será um
processo gradual, que durará décadas. Primeiro, irão os mais pobres e lavrarão
pela primeira vez a terra. Seguindo um plano preestabelecido, construirão
estradas, pontes, ferrovias e uma rede telegráfica, regularão os cursos dos
rios e estabelecerão eles mesmos seus lares. Seu trabalho criará,
inevitavelmente, possibilidades de comércio; o comércio fará surgirem mercados,
e os mercados atrairão novos imigrantes para o país. Todos chegarão por vontade
própria, por sua própria conta e risco. O trabalho que investirem na terra fará
o valor da mesma subir. Os judeus não tardarão em dar-se conta de que se abriu
diante deles um campo novo e duradouro, onde poderão exercitar seu espírito
empreendedor, que até então havia sido odiado e desprezado.
Pois bem: se
desejarmos fundar uma nação, atualmente, não se deve fazê-lo do mesmo modo que,
há dois mil anos atrás, teria sido o único possível. Seria uma insensatez
regressar a estados de cultura já superados, coisa que queriam alguns
sionistas. Por exemplo, se fôssemos examinar os animais de um país, não o
faríamos como os europeus do século V. Não atacaríamos isoladamente os ursos,
armados de dardos e lanças, mas organizaríamos uma grande e alegre caçada,
dando batidas às feras até tê-las reunidas e então jogaríamos uma bomba de
melinita sobre elas.
Se quisermos
edificar, não construiremos habitações lacustres desoladas, mas edificaremos
conforme o estilo usado atualmente. Levantaremos construções mais arrojadas e
confortáveis que as conhecidas até agora. Porque dispomos de meios que não
existiram durante a história.
Nossas camadas
economicamente inferiores serão seguidas àquela terra pelas imediatamente
superiores. Os que se encontram mais próximos do desespero irão primeiro. Seus
guias serão nossos intelectuais médios, que são perseguidos por toda parte e
que produzimos em excesso.
Esta obra tem a
finalidade de submeter o problema da migração dos judeus a uma discussão geral.
Mas isto não quer dizer que deveria ser resolvido por meio de uma votação. Se
assim fosse, o assunto estaria perdido de antemão. Quem não quiser aderir ao
nosso movimento pode continuar onde está. A oposição individual é indiferente
para nós.
Aqueles que
quiser marcar conosco, que jure lealdade à nossa bandeira e lute por ela por
meio da palavra, falada ou escrita e mediante a ação.
Os judeus que
aceitarem nossa ideia do Estado agrupar-se-ão em torno da Society of Jews. Esta obterá, deste modo, a autoridade necessária
para falar e negociar diante dos governos em nome dos judeus. A Society será reconhecida -para usar uma
analogia tomada do direito internacional -como autoridade capaz de construir um
Estado. E, ao assim declarar, o Estado já estaria constituído.
Então, se os
governos se mostrarem dispostos a conceder ao povo judeu a soberania de algum
território neutro, a Society
entabulará discussões sobre o território que haverá de ser tomado como
possessão. Dois países devem ser levados em consideração: Palestina e
Argentina. Em ambos os países foram feitos notáveis tentativas de colonização,
baseadas no princípio equivocado da infiltração paulatina dos judeus. A
infiltração tem que acabar mal, pois chega inevitavelmente o instante em que o
governo, sob a pressão exercida pela população que se sente ameaçada, proíbe a
imigração de judeus. Por conseguinte, a emigração só tem sentido quando sua
base for nossa soberania garantida.
A Society of Jews entabulará negociações
com as atuais autoridades supremas do país, e sob o protetorado das potências
europeias, se a estas o assunto parecer plausível. Podemos proporcionar enormes
benefícios ao atual governo, assumindo uma parte das dívidas públicas,
construindo vias de comunicação, que nós mesmos precisamos, e muitas outras
coisas. Mas o simples nascimento do Estado judeu será proveitoso para os países
vizinhos, posto que, em larga ou em pequena escala, a cultura de uma região
eleva o valor das regiões que a rodeiam.
[Trecho do Livro]
Estou preparando uma monografia e será de grande ajuda ter este livro. Obrigado
ResponderExcluirEstou preparando uma monografia e será de grande ajuda ter este livro. Obrigado
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