05/09/2015

Paródia ao Primeiro Canto dos Lusíadas de Camões por quatro estudantes de Évora

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A grande obra do único homem de gênio que talvez tenha produzido a nossa terra, não podia isentar-se deste fado inerente às grandes celebridades. Eram apenas passados dezoito anos depois da publicação dos Lusíadas — ainda a reputação de Camões não estava consagrada pelos séculos, quando alguns homens engenhosos compreenderam que aquela obra imortal era uma daquelas a que a paródia era devida. O resultado de seus trabalhos não é de certo para comparar com nenhuma das espirituosas produções que ficam mencionadas; mas ainda assim não é esta inteiramente destituída de merecimento. Francisco Soares Toscano, bem conhecido dos literatos pelo seu Paralelo de Príncipes, escreveu uma interessante notícia sobre esta obra, em que nos conta o curioso modo por que ela foi composta. Quatro estudantes da Universidade de Évora costumavam sair a passear, às tardes, aos arrabaldes da cidade, levando consigo os Lusíadas. Chegados a um verde ferrageal, sentavam-se a uma fresca sombra, e se abria a sessão parodiadora. Assim como a engelhada e disforme máscara de uma velha megera cobre o rosto radiante de formosura de uma elegante Coquete, para mais fazer realçar seus encantos, quando deixe cair aquele hediondo disfarce; assim o imortal poema devia ser desfigurado por aqueles travessos estudantes. Os Gamas, Castros e Albuquerques tinham de ceder seu lugar aos Catigelas, Lunas e Barbanças, barões sem dúvida tão assinalados nos combates de Baco como ess'outros nos de Marte.

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