13/07/2014

A Morte da Águia (Poesia), de Jaime Cortesão

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Jaime Cortesão: percurso biográfico e intervenção cultural

Jaime Cortesão (1884-1960) foi o Director de A Vida Portuguesa, ao longo dos cerca de três anos da sua publicação, um dos grandes ideólogos da «Renascença Portuguesa» e, particularmente, para o que aqui mais nos interessa, um dos grandes impulsionadores e teorizadores do movimento das Universidades Populares. Médico, professor do ensino liceal (no Porto), voluntário na Grande Guerra (como médico miliciano), Director da Biblioteca Nacional de Lisboa (1919-1926), fundador do grupo «Seara Nova» (cuja revista começa a ser publicada em 1921, retomando alguns dos grandes desígnios da Renascença e congregando muitos dos seus membros), estes são alguns dos principais momentos do percurso de Jaime Cortesão durante a 1ª República. Sublinhe-se o facto de ter incluído a “missão cultural que acompanhou o presidente da República António José de Almeida ao Brasil, aquando das comemorações do centenário da independência deste país em Agosto de 1922” (Garcia, 1987, p.12). Exilado (em França e Espanha) após o início da Ditadura Militar (1926) que desembocará no Estado Novo salazarista, toma parte activa nos movimentos da oposição ao regime autoritário, de que se torna uma referência incontornável. Preso ao tentar entrar em Portugal (1940), Jaime Cortesão conhece de novo o exílio, desta feita no Brasil, entre 1940 e 1957. Estabeleceu-se no Rio de Janeiro, embora também tenha passado grandes períodos em São Paulo, para além de percorrer o país. Entre outras actividades, trabalhou no Ministério das Relações Exteriores e na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, leccionou no Instituto Rio Branco (do Itamaraty), dirigiu a «Colecção Clássicos e Contemporâneos» das Edições Livros de Portugal (tendo-a inaugurado com a Carta de Pêro Vaz de Caminha), proferiu inúmeras conferências e regeu cursos em várias universidades brasileiras, colaborou em revistas e jornais (designadamente em O Estado de S. Paulo). O período brasileiro foi, mesmo, o mais produtivo no que diz respeito à sua actividade de historiador, aquela que o tornou mais conhecido para a posteridade, tendo aí publicado algumas das suas obras mais marcantes (de que é exemplo Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid). Em 1952 aceita o convite para coordenar a organização da Exposição Histórica de São Paulo, no âmbito das comemorações do 4º Centenário da Fundação da Cidade, tarefa de que se encarregou com assinalável sucesso nos anos subsequentes (Santos, 1993). Na opinião de um dos seus biógrafos, “ele contribuiu mais do que ninguém, e mais do que qualquer teórico acordo cultural, para o estreitamento de relações entre Portugal e o Brasil” (Garcia, 1987, p.16). Em 1957 regressou a Portugal, tendo participado até à sua morte (em 1960)6 em diversas actividades da oposição ao regime, designadamente na campanha presidencial de Humberto Delgado.


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Fonte:
Joaquim Pintassilgo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa - Centro de Investigação em Educação): “O debate sobre as universidades populares na imprensa portuguesa de educação e ensino. o exemplo de “a vida portuguesa” (1912-1915). Disponível em: repositorio.ul.pt

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