14/07/2014

A Dama das Camélias (Teatro) de Alexandre Dumas

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Um olhar sobre o olhar da Dama das Camélias
Dama das Camélias é considerado um clássico da dramaturgia mundial. A história caiu nas graças da platéia, ora mais elitista, ora mais popular, desde a sua estréia na metade do século XIX. Muitas linguagens apropriaram-se do texto para representações. O romance original migrou para o teatro, para a ópera e para o cinema e, daí, filmagem e refilmagens.

Na passagem de uma linguagem para outra, o texto original vai sofrendo adaptações quanto ao título, nome dos personagens, fatos periféricos e às especificidades relativas ao meio de representação. O título no teatro e no cinema é A Dama das Camélias, ou Camille, na ópera é La Traviata. A Dama também muda de nome, ora é Marguerite, ora Violeta, ou ainda Camille, sempre interpretada por divas como Sarah Benhardt, Cacilda Becker (teatro), Theda Bara, Greta Garbo e Isabelle Huppert (cinema).

A obra tem flashes autobiográficos, e conta os encontros e desencontros de um amor impossível vivido por Dumas Filho, o talentoso filho ilegítimo de Alexandre Dumas, célebre pelas aventuras dos Três Mosqueteiros.

Dumas Filho soube dramatizar suas experiências, agregando fabulações do popular à requintada e frívola vida da elite burguesa, criando um melodrama clássico na história do teatro. Desde a estréia, A Dama das Camélias ficou num meio termo entre o drama romântico apresentado na Comédia Francesa para a elite, e os melodramas apresentados para a massa nos teatros de boulevards.

Ismail Xavier (1988, p. 372) faz referência a esse trajeto de distribuição cultural quando salienta que é no teatro popular do século XIX que se consolida o gênero dramático das massas: o melodrama que, no século XX, migra para o cinema (como A Dama das Camélias) e desde 1950 anima na TV. Segundo Leda Tenório (2003): o melodrama é um correspondente do romance-folhetim, que tem um pé na literatura e um pé no cinema.

O caráter melodramático da história é o principal responsável pelas reedições e releituras da obra. Ismail Xavier (1988, p. 372) comenta que o melodrama, além da contundente expressividade moral e psicológica: é apanágio do excesso, é o gênero afim às grandes revelações, às encenações do acesso a uma verdade que se desvenda após um sem-número de mistérios, equívocos, pistas falsas, vilanias. Destinado à massa o melodrama trabalha o fato social, reconhece a virtude, mostra e cerceia o perigo, a transgressão, com finalidade pedagógica e moralizante de manter a ordem, dar o exemplo, consolar ou calar os mais ousados.

A tradicional Dama das Camélias conta a história de uma elegante cortesã francesa, em meados do século XIX, que encanta Paris com sua beleza, suas artimanhas no amor e no sexo, sua vida luxuosa e perdulária, mantida por ricos progenitores da emergente burguesia urbana. As mulheres “teúdas e manteúdas” eram a vaidade em vitrine dos senhores proprietários. A Dama das Camélias e Armand vivem uma grande paixão impossível pela segregação social da sociedade burguesa classista. O pai de Armand trama a separação e convence a Dama das Camélias que aquela relação é uma ruína para a família e para o futuro do filho. A Dama comove-se. Num ato de nobreza incomum, renuncia a Armand e, resignada com seu infortúnio, fica reconhecida, pela sociedade, como a cortesã mais honesta, humana, e guardiã da falsa moral burguesa.


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Fonte:
Ana Mery Sehbe De Carli (Universidade de Caxias do Sul) e Roger Luiz Da Cunha Bundt (Universidade Federal do Rio Grande do Sul): “Um olhar sobre o olhar da Dama das Camélias”. Disponível em: www.intercom.org.br

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