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Um olhar sobre o olhar da Dama das Camélias
Dama das Camélias é considerado
um clássico da dramaturgia mundial. A história caiu nas graças da platéia, ora
mais elitista, ora mais popular, desde a sua estréia na metade do século XIX.
Muitas linguagens apropriaram-se do texto para representações. O romance original
migrou para o teatro, para a ópera e para o cinema e, daí, filmagem e
refilmagens.
Na passagem de uma linguagem para
outra, o texto original vai sofrendo adaptações quanto ao título, nome dos
personagens, fatos periféricos e às especificidades relativas ao meio de
representação. O título no teatro e no cinema é A Dama das Camélias, ou
Camille, na ópera é La Traviata. A Dama também muda de nome, ora é Marguerite,
ora Violeta, ou ainda Camille, sempre interpretada por divas como Sarah
Benhardt, Cacilda Becker (teatro), Theda Bara, Greta Garbo e Isabelle Huppert
(cinema).
A obra tem flashes
autobiográficos, e conta os encontros e desencontros de um amor impossível
vivido por Dumas Filho, o talentoso filho ilegítimo de Alexandre Dumas, célebre
pelas aventuras dos Três Mosqueteiros.
Dumas Filho soube dramatizar suas
experiências, agregando fabulações do popular à requintada e frívola vida da
elite burguesa, criando um melodrama clássico na história do teatro. Desde a
estréia, A Dama das Camélias ficou num meio termo entre o drama romântico
apresentado na Comédia Francesa para a elite, e os melodramas apresentados para
a massa nos teatros de boulevards.
Ismail Xavier (1988, p. 372) faz
referência a esse trajeto de distribuição cultural quando salienta que é no teatro
popular do século XIX que se consolida o gênero dramático das massas: o
melodrama que, no século XX, migra para o cinema (como A Dama das Camélias) e
desde 1950 anima na TV. Segundo Leda Tenório (2003): o melodrama é um correspondente
do romance-folhetim, que tem um pé na literatura e um pé no cinema.
O caráter melodramático da
história é o principal responsável pelas reedições e releituras da obra. Ismail Xavier
(1988, p. 372) comenta que o melodrama, além da contundente expressividade
moral e psicológica: é apanágio do excesso, é o gênero afim às grandes
revelações, às encenações do acesso a uma verdade que se desvenda após um sem-número
de mistérios, equívocos, pistas falsas, vilanias. Destinado à massa o melodrama
trabalha o fato social, reconhece a virtude, mostra e cerceia o perigo, a
transgressão, com finalidade pedagógica e moralizante de manter a ordem, dar o
exemplo, consolar ou calar os mais ousados.
A tradicional Dama das Camélias
conta a história de uma elegante cortesã francesa, em meados do século XIX, que
encanta Paris com sua beleza, suas artimanhas no amor e no sexo, sua vida
luxuosa e perdulária, mantida por ricos progenitores da emergente burguesia urbana.
As mulheres “teúdas e manteúdas” eram a vaidade em vitrine dos senhores proprietários.
A Dama das Camélias e Armand vivem uma grande paixão impossível pela segregação
social da sociedade burguesa classista. O pai de Armand trama a separação e convence
a Dama das Camélias que aquela relação é uma ruína para a família e para o futuro
do filho. A Dama comove-se. Num ato de nobreza incomum, renuncia a Armand e, resignada
com seu infortúnio, fica reconhecida, pela sociedade, como a cortesã mais honesta,
humana, e guardiã da falsa moral burguesa.
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Fonte:
Fonte:
Ana Mery Sehbe De Carli (Universidade
de Caxias do Sul) e Roger Luiz Da Cunha Bundt (Universidade Federal do Rio
Grande do Sul): “Um olhar sobre o olhar da Dama das Camélias”. Disponível em: www.intercom.org.br
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