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Biografia de Roberto Gomes
Nascido em 12 de janeiro de 1882,
na cidade do Rio de Janeiro, Roberto Luís Eduardo Ribeiro Gomes era filho de um
banqueiro português, o comendador Luís Ribeiro Gomes com a francesa Bíanche
Ribeiro Gomes.
Aos oito anos de idade parte para
Paris em companhia da mãe para estudar; dois anos depois, recebe sete prêmios
escolares por sua atuação no Lycée Jaison de Sailly, de Paris. Ainda em Paris,
no ano de 1897, começa a trabalhar em sua primeira composição, "Le Papillon",
comédia em dois aíos7 escrita em francês e ilustrada por ele mesmo. Ao final
deste mesmo ano, é obrigado a voltar para o Brasil em virtude da falência do
banco onde seu pai era diretor. Roberto Gomes termina seus estudos na Faculdade
de Ciências Sociais e Jurídicas do Rio de Janeiro, obtendo o grau de Doutor em
Leis, e passa a lecionar francês no Instituto Benjamin Constant e no Ginásio
Nacional (Colégio Dom Pedro II), a partir do ano de 1905. É convidado em 1909 a escrever criticas
teatrais e musicais para "A Gazeta de Notícias", quando se utiliza do
pseudónimo "Bemol” , Também assina matérias para o jornal "A
Notícia" com o pseudônimo "Sem”. Os dois jornais circularam no Rio de
Janeiro. E apenas em agosto de 1911 que passa a assinar o seu próprio nome nas
criticas.
Roberto Gomes se torna conhecido
como autor teatral em julho de 1910, quando sua peça "Ao Declinar do
Dia", é selecionada junto com outras três peças de outros autores, em um concurso
de dramaturgia nacional com o objetivo de levantar a imagem do teatro
brasileiro, organizado pelo Júri da Academia Brasileira de Letras para ser
encenada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em um Festival. "Ao Declinar
do Dia" estreou em 10 de Julho do mesmo ano com uma companhia
luso-brasileira, mas ao contrário do que se esperava, o público se manteve
longe do Teatro não acontecendo o tão esperado renascimento do Teatro Nacional.
Sua carreira dramática
(1910-1921) foi pontuada pelo modo francês de viver e de pensar. O conjunto de
sua obra nos revela personagens decadentes, mas com requintado modo de enxergar
o mundo e as pessoas, contado de uma maneira extremamente poética. Ele se preocupava
mais com os sentimentos de seus personagens, seus conflitos interiores do que
com as peripécias, se prendeu mais à sensação do que à ação, ao silêncio e à
noite, acreditava que só através da noite e da solidão é que se chegaria à
compreensão do homem. Esse tipo de forma foi denominado Teatro da Paixão, cujo
objetivo era apresentar a sociedade burguesa como corrompida pelo egoísmo,
ambição e, principalmente, demonstrar que uma paixão proibida e inconfessável
leva à solidão; ao desespero e à tristeza.
Sua obra dramática é composta
pelas seguintes peças:
“Le Papillon", "Ao
Declinar do Dia" (1910), "O canto sem palavras" (1912), "A
Bela Tarde", "Berenice" (1917-8), "O Jardim
Silencioso" (1918), "A Casa Fechada" (1919),
"Inocência" (1915-1921), "O beijo ao luar" (1910) etc.
O fim da vida de Roberto Gomes,
assim com de vários de seus personagens, foi triste e trágico. Devido a sua
úlcera foi operado duas vezes, utilizando doses de morfina para diminuir a dor.
Era um homem magro e frágil.
O mal que o tornava triste e
enfraquecido acabou por levá-lo ao suicídio, através de um tiro no coração, no
dia 31 de dezembro de 1922.
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Referência bibliográfica:
Referência bibliográfica:
Elisângela Freitas de Castro: “Masculino feminino em Roberto
Gomes: A constituição do mundo doméstico no Rio de Janeiro no inicio do século
XX através da dramaturgia”. (Monografia apresentada ao Corso de História da
Universidade Federal de Ouro Freto como parte dos requisitos para a obtenção do
grau de Bacharel em História. Orientador: Prof. Ronald Polito de Oliveira).
Mariana. 1999.
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