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Eros e
psique: encontros e desencontros
Nosso objetivo nesse capítulo é
teorizar o amor e exemplificá-lo por meio do discurso daqueles que se preocuparam
em seguir seus rastros. Na simbologia de Chevalier (2003, p.46), encontramos esse
sentimento sob o discurso mítico do nascimento do Amor “Eros, filho de Afrodite
e de Hermes, possui uma natureza dupla: pode ser filho de Afrodite Pandêmia, deusa
do desejo brutal, ou da Afrodite Urânia, que é a deusa dos amores etéreos”. O drama
mítico entre Psique e Eros enfatiza o embate entre a alma e o amor, neste universo
tão desconhecido da humanidade. Citaremos, aqui, uma passagem da história mítica
de Eros e de sua pajem Psique.
Jovem cuja beleza sobrepuja a das mais
belas, Psique não consegue encontrar noivo: sua excessiva perfeição amedronta. Seus pais, desesperados, consultam o oráculo: é preciso ataviá-la com vestes de casamento e expô-la sobre um rochedo, no cume da montanha, onde um monstro virá tomá-la por esposa. No meio de um cortejo fúnebre, conduzem-na ao lugar designado, onde fica sozinha. Dentro em pouco, um vento leve transporta-a pelos ares até
o fundo de um extenso vale, para um palácio magnífico onde vozes se põem ao seu
serviço como se fossem escravos. À noite, sente a
proximidade de uma presença, mas não sabe quem é. É o marido a quem o oráculo
se havia referido; mas ele não se identifica; simplesmente adverte-a de
que, se ela o vir, o perderá para sempre.
Dias e noites se passam assim no palácio,
e Psique sente-se feliz. Como, porém, deseja rever os pais, obtém permissão de passar
alguns dias perto deles. Lá chegando, suas irmãs, ciumentas,
despertam-lhe a desconfiança; de regresso a seu palácio,
à luz de uma lâmpada, ela vê adormecido a seu lado um belo adolescente. Ai! a mão
de Psique treme: uma gota de azeite escaldante cai da Lâmpada sobre Eros! O Amor, assim descoberto, desperta e foge. E é então que começam as desventuras de Psique, vítima da cólera de Afrodite
que lhe impõe tarefas cada vez mais difíceis a fim de atormentá-la. Mas Eros já não consegue esquecer Psique; ela também
o pode olvidar. Eros obtém de Zeus o direito de desposá-la. Psique torna-se sua mulher, reconciliando-se com Afrodite (Ibid., p.47).
Nessa perspectiva mítica, Eros simboliza
o amor e Psique representa a personificação da alma na busca de conhecer e apreender
esse amor fugidio. Ao revelar sua face, Eros foge, e a alma, tão desejosa ,parte
em busca do amado, adentrando o Inferno, onde é presenteada por Perséfone com
um frasco de água da juventude. Esse ato significa que depois de toda a
expiação do mal que as ações de Psique causaram a Eros, ela passará por um processo
de renovação: Psique, adormecida, é despertada com uma flecha lançada por Eros
que, também a buscava por todas as partes. Eros, ser desejante do gozo, busca na
alma Psique, sua completude, sua realização e infinitude.
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Fonte:
Josânia Silva Santos: “A poética da morte na obra As Máscaras do Destino, de Florbela Espanca” (Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Literatura e Crítica Literária sob a orientação da Profª. Drª. Vera Bastazin). São Paulo, 2008. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/
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