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A República de Sebastião de Magalhães Lima
Este livro de Rita Garnel
propicia-nos um olhar pelo percurso multiforme de Sebastião de Magalhães Lima,
que ocupou um lugar proeminente na cultura política e histórica do seu tempo. A
defesa de um ideal republicano e a propaganda antidinástica e anticlerical
estão patentes na sua produção escrita e jornalística, bem como na sua ação
cultural e cívica.
As principais armas de
combate ideológico a que Magalhães Lima recorreu foram - como salienta Fernando
Catroga no Prefácio - o livro, o jornalismo, a oratória e os contactos
internacionais.
Numa escrita clara e
mobilizadora, Rita Garnel, ao eleger como seu protagonista, Magalhães Lima, e
ao estudar o seu pensamento, procurou apreender as ideias e os ideais, os valores
e as expectativas que hegemonizaram a cultura republicana nos decênios
anteriores à queda da Monarquia.
Apesar da autora sublinhar
que o seu objetivo não foi traçar a biografia de Magalhães Lima, no sentido
tradicional da palavra, o leitor fica a conhecer os aspectos mais marcantes da
sua vida e obra. Investigando e refletindo sobre as múltiplas facetas da sua ação,
Rita Garnel evidencia: (i) os anos da formação, nomeadamente em Coimbra, onde
cursou Direito e contactou com diversas personalidades, já ao tempo simpatizantes
do republicanismo (Alves da Veiga, Feio Terenas, Trigueiros de Martel, Gomes
Leal, entre outros); (ii) a atividade jornalística (O Século, Vanguarda,
A Folha do Povo, Comércio de Portugal); (iii) o labor literário (O
Mistério da Estrada da Beira, folhetim publicado nas páginas de O
Tribuno Popular, uma coletânea de contos intitulada Miniaturas
Românticas, e o romance A
Senhora Viscondessa); (iv) a atuação como propagandista (em conferências,
comícios, exposições, congressos e centenários); e (v) o papel que desenvolveu na
Maçonaria mormente desde que foi eleito Grão-Mestre (cargo que desempenhou de
1907 até 1928, data da sua morte).
Foi precisamente a
pluralidade de desempenhos em prol dos direitos humanos, de um ideal de cidadania
ativa e da universalidade dos valores da liberdade, da justiça, da solidariedade
e da tolerância, que lhe mereceram o epíteto de sacerdote laico: “ao
longo de mais de cinquenta anos de vida pública dedicou-se sem descanso à
propaganda dos seus ideais” (p. 35), pois derramar as luzes e educar o
povo eram, como assinala a autora, as preocupações dos novos apóstolos da
re- pública, entre os quais se destaca Magalhães Lima.
Este livro que reproduz,
com pequenas alterações, a dissertação de Mestrado defendida em 1998 na
Faculdade de Letras de Coimbra, surge-nos cheio de interesse, como se, mudando-se
os tempos e as perspectivas, se mantivessem por resolver os mesmos problemas. E
quais foram as questões prementes para Magalhães Lima que Rita Garnel revisita?
São temáticas (algumas das quais permanecem atuais e em debate) como o feminismo,
a maçonaria feminina, o sufrágio, a pedagogia cívica, a laicidade, a moral
cívica, o cremacionismo, o descentralismo, o municipalismo e a edificação
pacífica de uma Europa democrática.
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Fonte:
Maria Rita Lino Garnel (2004): Revista Lusófona de Educação, 15, 2010, disponível em: www.scielo.oces.mctes.pt
Maria Rita Lino Garnel (2004): Revista Lusófona de Educação, 15, 2010, disponível em: www.scielo.oces.mctes.pt
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