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No que diz respeito a Mistérios de Lisboa, como o próprio título o confirma, trata-se
de uma paródia aos romances-folhetins franceses, onde não falta o castelo de
Cliton, que nos faz pensar em Morne au diable,
de Eugène Sue, bem como nos das histórias de Ann Radcliffe, conforme podemos
perceber através deste diálogo entre Pedro da Silva e o visconde de Armagnac:
« – De quem é aquele palácio?
– Da duquesa
de Cliton.
– A casa é lindíssima!...
– Por fora...
Ali há mistérios horríveis entre aquelas paredes [...], os mortos dão
ali os seus bailes e saltam por esses prados, com as suas mortalhas, como ursos
brancos [...]. A vossa predileta Radcliffe, se
conhecesse aquele castelo, dava-vos mais vinte romances... »
com intrigas múltiplas e
diversificadas que se entrelaçam no conjunto dos três volumes da obra, como
nessa passagem aqui transcrita:
« Enganei-me. É que eu não conhecia
Lisboa... Cuidei que os horizontes do mundo fantástico se fechavam nos Pirinéus
e que não podia ser-se peninsular e romancista, que não podia ser-se
romancista sem ter nascido Cooper ou Sue... os romances são uma
enfiada de mentiras desde a famosa Astreia, de Urfé, até
ao choramingas Jocelyn, de Lamartine... »
(grifos nossos)
Como vimos, Camilo
parodia o gênero, os autores, sacode a perspicácia do leitor através das
intervenções do narrador no meio da narrativa, levando-nos a observar uma
sátira aos costumes e uma paródia aos romances-folhetins, o que já o aproxima e
muito do romance realista.
Confirmando ser este livro realmente um folhetim e com bastante
semelhança aos franceses de Sue e Hugo, vejamos o que afirma Alexandre Cabral,
no tocante aos protagonistas da obra de Camilo:
« ... os protagonistas desse romance-folhetim
são personagens estranhas que têm em comum a faculdade exótica de mudarem
de nome com a mesma facilidade como quem muda de camisa. »
(grifos nossos)
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Fonte:
Fonte:
Ocenilda Santana
de Sousa: "A luta de classes e a
ascensão social à época do
Romantismo". UNIVERSITÉ DE LIÈGE FACULTÉ DE
PHILOSOPHIE ET LETTRES SECTION DE PHILOLOGIE ROMANE. Disponível em: http://home.scarlet.be/
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